O domingo, 07 de novembro, acordou de luto. Um dos jornalistas mais queridos e atuantes do Estado, morreu, vítima de complicações geradas pela Covid-19. Flávio Porcello, doutor em jornalismo, professor e, também, advogado, lutou durante cerca de 40 dias, internado na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, mas não resistiu. Ele já havia tomado as duas doses da vacina e mantinha todos os cuidados de preveção.

 

“Minha dupla imbatível, meu melhor amigo, meu grande amor. Hoje, com muita dor no coração, comunico que o meu amado pai, Flávio Porcello, perdeu a batalha para a Covid. Não sem antes lutar muito bravamente pela vida, sempre acreditando na ciência, nos médicos e na vontade de viver”, assim a filha dele, também jornalista, Paula Porcello, deu a notícia nas redes sociais, onde mantinha os amigos da família, colegas, ex-colegas e alunos, informados sobre a batalha que o pai travava contra essa doença, que já levou cerca de 280 jornalistas, em todo o país.

 

Porcello, que havia completado 70 anos no último dia 06 de outubro – no hospital, passou por empresas como RBS, Globo, SBT, Pampa e Estadão. É autor do livro “TV Universitária: limites e possibilidades”. Ele se formou em Direito em 1976 e em jornalismo em 1977 pela UFRGS, tinha mestrado e doutorado em Comunicação Social, pela PUCRS. Foi repórter na então TV Gaúcha, onde acompanhou a mudança para RBS, sendo repórter especial atendendo a Rede Globo, passando pelo SBT e TV Pampa. Também foi repórter e escreveu nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã, O Globo, O Estado de São Paulo e Gazeta Mercantil. Chegou à TVE-RS como diretor de programação e, depois, como diretor de Marketing e Relações Institucionais. Atualmente, era diretor do Departamento Universitário da ARI, depois de ser professor universitário e responsável pelas TVs universitárias, na UFRGS e na PUCRS. No Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS – Sindjors, foi membro da Comissão de Ética, em três gestões.

 

Alegre, exímio contador de histórias, otimista por natureza, Porcello era tranquilo, costumava ver o lado bom das pessoas, fazia amigos por onde passava. No Instagram, um grupo de ex-colegas da Tv Gaúcha fazia orações diárias, sempre no mesmo horário, durante a internação de Flávio. Apesar de todos os cuidados, das duas doses da vacina, bactérias resistentes impediram a recuperação do jornalista. Ele ficará não apenas na memória do jornalismo gaúcho, mas na de todos os colegas, alunos e amigos.

 

Nas redes sociais, Paula Porcello finalizou assim: “o pai está eternamente representado por mim, pela nossa família, pela vó (do alto da sabedoria e da coragem dos seus 93 anos), pelos amigos, alunos, colegas e por todos que, de alguma forma, foram tocados por ele. Eu só tenho orgulho e amor no meu coração”.

 

Flávio Porcello está sendo velado na Avenida Porto Alegre, 320, capela 2, bairro Medianeira, até às 15h. O Sindjors se coloca ao lado de Paula e da família do jornalista neste momento de tristeza profunda.

 

Texto: Carla Seabra/Diretoria Sindjors