O Núcleo  de Jornalistas Afro-brasileiros  surgiu em 2001 para atender demandas do Comitê Afrobrasileiro no Fórum Social Mundial desse ano. O grupo foi criado depois que os jornalistas negros e negras do Brasil e de várias partes do mundo enfrentaram barreiras para veicular reportagens e dar visibilidade às suas ações antes e durante o Fórum.

 

O Núcleo tem entre suas ações as formulações de teses focadas nas questões de raça e etnia nos meios de comunicação para congressos estaduais e nacional da categoria e a realização de seminários, painéis, cursos e oficinas. Foi destaque a nível nacional com a primeira edição do Seminário O Negro na Mídia a Invisibilidade da Cor que rendeu uma publicação de igual nome, contemplando a pesquisa Desigualdade da Mídia no Rio Grande do Sul – a (In)visibilidade da Cor, desenvolvida por Agnéa Magali Winter.

 

Outra ação destaque foi o painel Sugestão de Pauta: Mídia Étnica que trouxe a lembrança do “Caso do Homem Errado”, revelador da morte de um operário negro por soldados da Brigada Militar ao ser confundido como assaltante de um supermercado de Porto Alegre. Sugestão de Pauta também trabalhou, em outro painel, com a saúde da população negra em especial, das mulheres negras.

 

A preocupação em realizar a segunda edição do Seminário Estadual O Negro na Mídia a Invisibilidade da Cor motivou a formatação de uma parceria com a ONU Mulheres, em 2009.  A invisibilidade da população negra na mídia brasileira e a desagregação de dados por raça/etnia nos censos nacionais de 2010 da América Latina e Caribe foram os  assuntos do II Seminário Estadual O Negro na Mídia: a invisibilidade da Cor – que teve como temática os Indicadores da Negritude e os Meios de Comunicação – e do Encontro Latino-americano de Comunicação, Afrodescendentes e Censos de 2010.  Os eventos foram realizados nos dias 17 e 18 de setembro de 2009 no auditório da Associação Riograndense de Imprensa – ARI.

 

A aproximação com as Nações Unidas – ONU Mulheres –  oportunizou, em 2010, que o Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros  realizasse durante o 34º Congresso Nacional da categoria, em Porto Alegre, as  Oficinas e Espaços de Articulação de Gênero, Raça e Etnia. As atividades buscaram gerar reflexões sobre os desafios do papel social do jornalismo e seu compromisso para o enfrentamento do racismo e das desigualdades de gênero.

 

Este evento pensado pelo Núcleo  marcou o início de uma agenda e parceria entre a Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj e  ONU Mulheres que resultou  no curso, em 2011, para a formação de jornalistas e estudantes de Jornalismo na temática de gênero, raça e etnia nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Pará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Este curso realizado pela Fenaj teve o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ambas do Governo Federal e financiamento da Agência Espanhola de Cooperação e Desenvolvimento; Fundo para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e Ministério de Assuntos Exteriores e de Cooperação.

 

Na coordenação colegiada estão as jornalistas e diretoras do Sindjors  Vera Daisy Barcellos  e  Jeanice Dias Ramos.

 

Fotos de momentos do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros