A primeira reunião da mesa de negociações da Convenção Coletiva de Trabalho 2023/2024 aconteceu nesta quarta-feira (21), de forma virtual, reunindo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas no Estado do Rio Grande do Sul (SindiJoRe) e o Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul (SindiRádio). No encontro, a primeira proposta apresentada pela patronal ficou bastante aquém do esperado: 1,75% de reajuste, 50% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). 

 

Negociação 

A presidenta do SindJoRS, Laura Santos Rocha, após chamar os participantes da diretoria a se apresentarem, leu um documento, também entregue aos empregadores, explicando o cenário atual dos e das jornalistas, com dados importantes que ajudaram a construir a proposta do Sindicato dos Jornalistas (leia na íntegra após essa matéria). Estiveram presentes, além da presidenta Laura; a 1ª vice-presidenta, Carla Seabra; o 2º vice-presidente, Pedro Dreher; a 2ª secretária, Rosa Maria Pitsch; e a diretora Monica Cabañas.

 

O assessor jurídico do SindJoRS, Antônio Carlos Porto Jr., propôs que a negociação obedeça a quatro blocos, conforme acordado em reuniões do GT Convenção Coletiva do Sindicato: cláusulas sociais de saúde mental e qualidade de vida; cláusulas sociais de saúde da mulher; cláusulas que ainda precisam atenção para o efetivo cumprimento; e, finalmente, as cláusulas econômicas. A presidenta Laura, destacou a importância das cláusulas novas, especialmente dos direitos da mulher, e a necessidade de promover ações para garantir a saúde mental e a qualidade de vida laboral do e da jornalista, uma vez que têm crescido as denúncias de assédio moral e absenteísmo nas redações.

 

Ary dos Santos, advogado do SindiJoRe, afirmou que considera que, no Rio Grande do Sul, as mulheres “já estão ocupando cargos de chefia, inseridas nos altos escalões das empresas”, e contestou a ordem de negociação proposta pelo SindJoRS, solicitando que as cláusulas econômicas fossem negociadas em primeiro lugar. O assessor jurídico do SindiRádio, Guilherme Guimarães, pediu, então, que os jornalistas apresentem sugestões para as cláusulas sociais da mulher, da saúde mental e qualidade de vida na próxima reunião.  

 

O assessor jurídico do SindJoRS lembrou os integrantes da mesa que as cláusulas solicitadas já estão sugeridas em capítulos especiais, na minuta apresentada aos sindicatos patronais, e que podem ser avaliadas pelos sindicatos dos empregadores para a próxima reunião. Da mesma forma, disse que o SindJoRS poderia ouvir a proposta econômica, caso quisessem apresentá-la.   

 

Proposta 

Foi então que a primeira proposta da patronal foi colocada na mesa: reajuste de 50% do INPC, aproximadamente 1,75%, divididos em duas parcelas: uma em junho e outra em janeiro. Por fim, uma nova rodada da mesa de negociações foi marcada para a próxima terça-feira (27), às 14h, ainda de forma virtual.  

 

A presidenta Laura Santos Rocha avalia que o primeiro encontro “sempre fica aquém das expectativas e que este não seria diferente”, mas reitera que o SindJoRS não abre mão das cláusulas sociais que propôs para 2023/2024, nem do valor de reajuste com 100% do INPC e ganho real. Além de Laura, estiveram presentes, o presidente do SindiJoRe, André Luís Jungblut, e Roberto Cervo, presidente do SindiRádio. 

 

A proposta do  SindJoRS para a CCT 2023/2024, aprovada por unanimidade em Assembleia, apresenta reajuste de 100% do INPC/IBGE, mais  2,17% de aumento real (reposiçao de perdas salariais anteriores), totalizado 6%.

 

Texto: Carla Seabra/Diretoria SindJoRS

 

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