Primeira audiência de mediação, solicitada pelo SindJoRS, para negociar a Convenção Coletiva de Trabalho, nesta quinta-feira (21.09), encerrou sem acordo.  Patrões continuam na defensiva com cláusula social importante para categoria.

 

A audiência foi mediada pelo vice-presidente da Justiça do Trabalho, Ricardo de Almeida Hoffmeister Martins Costa, e ocorreu de forma virtual, na tarde desta quinta-feira (21.09), no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, reunindo a diretoria do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), sindicatos patronais (Rádio e Televisão; Jornais e Revistas), e respectivos assessores jurídicos.

 

De um lado, uma categoria que sofre com baixos salários, jornadas de trabalho extensas e extenuantes, problemas de saúde emocional provocados por todo tipo de assédio; do outro, patrões poucos dispostos a ouvir as necessidades de seus trabalhadores.

 

“Infelizmente a patronal chegou à audiência com as mesmas convicções que nos afastaram da possibilidade de fecharmos um acordo”, afirma Laura Santos Rocha, presidenta do SindJoRS. Ela também destacou  que “eles continuam não querendo debater sobre questões muito caras para  nossa categoria como a saúde da mulher, o assédio, a diferença  salarial entre homens e mulheres  e se escondem, não querendo aceitar  cláusulas para não dar margem a possíveis questões trabalhistas”.

 

Representando o Sindicato estavam a presidenta, Laura Santos Rocha, a 1ª vice-presidenta, Carla Seabra, o 2º vice-presidente, Pedro Dreher, a 1ª secretária, Viviane Finkielsztejn, as diretoras Letícia Castro e Niara de Oliveira, o presidente da CUT, Amarildo Cenci, além do advogado do SindJoRS, Antonio Carlos Porto Jr.

 

Durante a mediação, Porto precisou relembrar a patronal de que, por não termos fechado um acordo e levado as discussões a uma mediação do tribunal, zeram as tratativas feitas anteriormente, incluindo o parcelamento da reposição da inflação (3,74 %). “Estávamos com tudo acertado e eles recuaram.  Agora, não podemos abrir mão das principais necessidades da categoria”, ponderou o advogado.

 

É importante lembrar também que, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 79,1% das negociações analisadas até primeiro de setembro registraram reajustes acima da inflação acumulada dos últimos doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE).

 

Os sindicatos patronais, representados pelos advogados Guilherme Guimarães e Ary dos Santos, reclamaram, mais uma vez, sobre as perdas sofridas pelos veículos de comunicação, com a entrada de novas plataformas, e mesmo com a intervenção do mediador não foram sensíveis às solicitações de reposição integral em uma única cota, do INPC, e inclusão da cláusula sobre qualidade de vida/saúde mental, que trata da prevenção ao assédio moral, com base no texto da Convenção 190 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

 

 

A reunião foi encerrada com a orientação do vice-presidente do TRT4, Ricardo de Almeida Hoffmeister Martins Costa, para que a patronal reflita sobre a solicitação do SindJoRS a respeito da cláusula sobre assédio moral, apresentando uma sugestão de redação, além, obviamente, da reivindicação de reajuste em cota única, marcando novo encontro para a próxima terça-feira (26.09), de forma híbrida, no TRT da 4ª Região.

 

Para a diretoria do SindJoRS, nossa luta continua e não podemos esquecer que a nossa mão-de-obra intelectual é matéria-prima para o produto oferecido à sociedade, que é a informação de qualidade. E o nosso compromisso é com os direitos de jornalistas de todo o nosso Estado, com o fortalecimento da nossa categoria e a valorização profissional.

 

Texto: Viviane Finkielsztejn/Diretoria SindJoRS