Paulo Mendes marca presença na 65ª Feira do Livro com seu lançamento “Campereadas: O Bolicheiro Nunca Morre”. O jornalista é diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (Sindjors). Sua literatura é composta pela prosa dolorida dos perdedores e dos miseráveis, porém é simples, pura e digna, como a própria gente que ela retrata. A sessão de autógrafos acontece no dia 16 de novembro, às 17h30.

 

TRECHOS DOS TRÊS CAPÍTULOS
O pingo fica escarceando à espera do dono e o guri dá início ao seu fadário. Então, nas tábuas engraxadas rabisca com o dedo machucado: “O bolicheiro nunca morre, no fundo dele existe alguém que conta, enlaçando uma noite à outra, misturando destinos, para que possamos viver em círculos, numa eterna ronda às avessas”. (Balcão)

 

É esse guri perdido na imensidão das saudades, é essa alma fugidia que pode impedir minha desgraça. Só ele tem o dom e o poder de me trazer à tona agora que estou inexoravelmente afundando. Só ele, com suas bolitas de gema, seu caniço de taquara e suas pandorgas coloridas…. Então sonhamos juntos outra vez. Voamos de novo, ziguezagueando, como uma pandorga rasgando o céu de luz numa linda manhã de domingo. (Canha)

 

Esta é a minha prosa, límpida e larga, a cantilena dos desesperados, dos que tropeçam mas não caem, e, se caem, levantam de cabeça erguida. A minha literatura é composta pela prosa dolorida dos perdedores e dos miseráveis, mas é simples, pura e digna, como a própria gente que ela retrata. (Balança)

 

AUTOR
PAULO RICARDO CUNHA MENDES, ou apenas Paulo Mendes, como assina matérias jornalísticas e livros, nasceu em Cacequi, a 24 de dezembro de 1962, e se criou em Júlio de Castilhos, ambos municípios gaúchos. Na infância foi bodegueiro no interior castilhense, na localidade do Cerrito. Foi no pequeno comércio dos pais que travou contato com a peonada e a gente simples do campo. Formou-se em Comunicação Social na UFSM, em 1986, e atuou em vários órgãos de imprensa, revistas, rádios e jornais do Estado. É mestre em Letras, pela UFRGS, com dissertação sobre a poesia de Aureliano de Figueiredo Pinto. Desde 1990 trabalha no Correio do Povo, de Porto Alegre, onde faz parte do quadro de editores e assina a coluna dominical “Campereada” desde 2009. É escritor convidado de feiras de livros, palestrante e já recebeu vários prêmios literários.

 

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Fonte: Fernanda Freymann