O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) defende a liberdade de expressão e imprensa e repudia toda a forma de censura imposta a qualquer produção jornalística, seja ela veiculado em meios eletrônicos ou impressos, em instituições oficiais ou órgãos de imprensa.

 

A retirada de matéria do pensador Paulo Freire da revista da Universidade de Caxias do Sul (UCS), a principal da Serra, na edição de março/abril, soa como retumbante ataque às liberdades de expressão individuais e coletivas do pensar, do produzir conhecimento. Fere a ética e a moral do ofício do exercício do Jornalismo, sendo que a instituição mantém em seus currículos diversas graduações na área de Comunicação, entre elas, a do Curso de Jornalismo.

 

Uma universidade que produz conhecimento não pode se render ou estar a serviço de posicionamento político-ideológico de um governo. Pelas informações publicadas na imprensa, a UCS retirou a matéria de quatro páginas sobre o XXI Fórum de Estudos: Leituras de Paulo Freire, realizado no início de março na própria universidade, substituindo a mesma por outra sobre o Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da instituição. A substituição teria ocorrido por conta de agenda da UCS com o MEC “para evitar desavenças ideológicas com o governo do presidente Jair Bolsonaro”, que se posiciona contra o pensador Paulo Freire, embora o educador seja referência mundial na área da pesquisa e conhecimento em educação. A UCS também teria retirado dos canais virtuais e redes sociais o link da matéria sobre Freire.

 

Essa decisão da universidade fere a ética da academia como um todo e envergonha muitos profissionais altamente capacitados que cursaram Jornalismo na instituição e não abonam essa conduta de rentismo a um modelo de governo, como imperou no Brasil durante a ditadura militar, combatida com muita luta por muitos estudantes e professores da universidade, que hoje se rende à censura sem seus canais de comunicação.

 

Fonte: SINDJORS