Entidade recebeu mensagem de ódio por email e faz apelo às autoridades públicas para que protejam os(as) trabalhadores(as) contra escalada de violência física e moral

 

Após ser alvo de ataque de ódio, na manhã da terça-feira, 6/9, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS – Sindjors decidiu emitir um alerta às autoridades públicas sobre a segurança dos profissionais jornalistas que farão a cobertura do Grito dos Excluídos. A mensagem partiu de um escritório contábil do interior do Estado como resposta a um email enviado pela direção do Sindicato dos Jornalistas sobre orientações a respeito do trabalho dos(a) profissionais neste Feriado da Independência do Brasil, 7/9 (Leia aqui).

 

A mensagem é ofensiva e mentirosa. O Sindjors tomou a providência de avisar à referida empresa sobre o conteúdo da mensagem de resposta e vai encaminhar cópia ao seu Departamento Jurídico para que medidas cabíveis sejam tomadas.

 

Reiteramos que o interesse da diretoria do Sindjors no ano em que a entidade completa 80 anos é proteger os(as) direitos dos(as) jornalistas gaúchos(as) que exercem a profissão em todos os veículos e entidades.

 

Portanto, uma mensagem como esta, além de ofensiva e ameaçadora, serve para que a entidade que representa os(as) jornalistas gaúchos(a) torne públicas as suas preocupações sobre violência contra os(as) profissionais da área.

 

Estamos preocupados com a integridade física e moral dos jornalistas ante uma escalada de ofensas da extrema direita brasileira.

 

A jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura de São Paulo, foi alvo de ofensas pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro, durante o Debate na Band, em 28 de agosto. Ela foi acusada de “envergonhar” o jornalismo.

 

Na terça-feira, 6/9, a jornalista Amanda Klein sofreu assédio moral semelhante do presidente da república durante entrevista ao vivo na Rádio Jovem Pan.

 

Jair Bolsonaro chegou a expor preferências políticas do companheiro da jornalista, cobrando publicamente fidelidade ante uma pergunta sobre a compra de imóveis com dinheiro vivo.

 

Entendemos que esses casos configuram grave violações ao direito à privacidade que a Constituição Federal garante a todo(a) o(a) profissional jornalista e podem levar a uma escalada da violência tanto moral quanto física.

 

Por isso, o Sindjors faz um apelo às autoridades de segurança pública. Ante a violência moral e ao exemplo do presidente da república, tememos pela generalização e banalização da violência contra jornalistas no exercício de sua profissão.

 

O(a) jornalista não pode ser ameaçado(a) por exercer o seu trabalho de forma íntegra, ética e em respeito ao interesse público. A violência contra os(as) jornalistas é clara evidência de que a democracia está em perigo.

 

A democracia é direito!

 

Clique aqui para acessar o Guia de Proteção a Jornalistas na Cobertura Eleitoral da Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj

 

Texto: Clóvis Victória Jr./Diretoria Sindjors