O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – SindJoRS manifesta pesar pelo falecimento da colega jornalista, associada ao Sindicato, Otília Borges de Souza, 79 anos, que ocorreu na última sexta, dia 29 de dezembro, e presta essa pequena homenagem pela sua trajetória no jornalismo gaúcho. Nossa solidariedade aos familiares e pessoas amigas.

 

Otília Borges de Souza trabalhou durante muito tempo como repórter na Rádio Gaúcha. Também exerceu seu ofício, na década de 90, na Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, ao lado de profissionais como Gilcéia, Rejane Silva, Milton Gerson, Barú Derkin, Alfredo Daudt, Betinha, Flávio, Rita Daudt, Regina, Clóvis, Maurecy Santos, o Santinho, e considerava esse um período que passou com companheiros inesquecíveis.

 

Já no Grupo RBS trabalhou com nomes como Renato Martins, Ricardo Cunha, Vitor Bley de Moraes, Luiz Artur Ferraretto, Pedro Ernesto Denardin, Silvio Benfica, Isaias Porto, Nelcira Nascimento, Macedo Antonio Carlos, Flávio Dutra, Lauro Quadros, Ana Amélia Lemos, Flavio Pereira, Lasier Martins, Rogério Mendelsky, Sérgio Boaz Dias, Carlos Eduardo Pires de Miranda, João Carlos Belmonte, Carlos Alberto Negreiros, Domingos Martins, Humberto de Campos, Glênio Fagundes, José Alberto Andrade, Rita Daudt, Eulina Maria Garcia Chagas, Regina Maria Regina Tubino Pereira, Mágda Cunha, Paulo Ricardo Macario, Lúcia Padilha Mesquita, Ana Cassia Hennrich, Claudio Moretto entre muitas outras personalidades.

 

Renato Dorneles, ex-presidente do SindJoRS e representante da Comissão Estadual de Ética escreveu: “Otília Souza literalmente foi uma mestre para mim. A conheci no meu emprego como jornalista profissional, na Rádio Gaúcha, e ela, como repórter, me ensinou muito.”.

 

O jornalista Eugênio Bortolon afirmou: “conheci Otília na Caldas Jr. Conversávamos eventualmente, sempre disposta e cheia de energia. Era uma trabalhadora competente e solidária. Extremamente generosa, ela tinha uma vida familiar intensa. Adotou crianças e foi sempre batalhadora no trabalho e na família. Amada por todos. ”.

 

“A Otília era a mãe de todos. Estava sempre pronta para escutar e aconselhar. Sempre sorridente e de altíssimo humor, nunca a vi triste. A bem da verdade, como boa “mãe” que foi de muitos “focas”, logo tratava de animar os que enfrentavam dias cinzentos. O que fica da mãe Otília são seus doces ensinamentos. Era um ser de muita luz. Seu lema era ser feliz”, comentou nossa delegada sindical do Correio do Povo, Luciamem Winck.

 

“Amava a profissão. E incentivava os jornalistas a nunca ficarem tristes caso, em função das pautas, tivessem que passar a virada do ano, o Natal, o aniversário e outras datas festivas longe dos seus familiares. “A ausência das festas faz parte de nossas escolhas. Sejamos felizes mesmo que estejamos na labuta na hora da virada”, dizia. E aprendi ao pé da letra seus ensinamentos. E nunca sofri por estar longe dos meus em momentos especiais”, completou Luciamem.

 

Luiz Artur Ferraretto, em seu estudo sobre a história da rádio no Rio Grande do Sul, de 2020, registrou sobre Otília: “Algumas mulheres marcaram com muita garra e dedicação o rádio porto-alegrense da década de 1980, trazendo aos ouvintes as notícias direto do chamado palco de ação. No duro dia a dia da reportagem em um país fazendo a transição para a democracia e ainda sem eleições diretas para presidente, eram pau pra toda obra e encaravam qualquer parada: do buraco de rua ao motim no presídio, das votações na Assembleia Legislativa às dezenas de greve de trabalhadores. Com algumas, aprendi muitas coisas.”.

 

Texto: Laura Santos Rocha/Diretoria SindJoRS