O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – SindJoRS, em nome de sua diretoria e Comissão Estadual de Ética, presta essa singela homenagem a um dos Jornalistas importantes do cenário gaúcho: Floriano Fidelis de Souza Soares, sindicalizado desde 26 de fevereiro de 1962. Segundo as palavras do colega Carlos Bastos: “o Florianinho se foi. Uma figura incrível. De uma competência ímpar. Começamos no jornalismo juntos, no Clarim, em 1955. Ele como redator e eu como repórter. Depois, trabalhamos juntos na Hora, Rádio Gaúcha, Última Hora, Rádio Guaíba e RBSTV. Floriano se destacou como secretário de redação, da Folha da Manhã, e também como editor do Correspondente Renner, na Rádio Guaíba, por 20 anos. No seu histórico, ele trabalhava na comunicação do Palácio Piratini no governo Brizola e redigiu os textos divulgados pela Rede da Legalidade. Era uma pessoa afável e grande colega. Inexcedível como amigo. O jornalismo gaúcho perdeu um de seus nomes maiúsculos”.

 

Núbia Silveira encaminhou o texto, que segue, elaborado pelo filho mais novo de Florianinho, Moacir, com a observação: “Sim. O Florianinho faleceu. Na quinta, 14, exatamente um mês após ter completado 89 anos”, completou a colega e amiga há mais de cinco décadas.

 

O jornalista Floriano Fidelis de Souza Soares morreu na última quinta-feira (14), aos 89 anos, no Hospital Divina Providência, em Porto Alegre. Ele foi vítima de complicações decorrentes de uma insuficiência respiratória. Florianinho, como era conhecido entre os amigos, nasceu na capital gaúcha em 14 de novembro de 1934, sendo o primeiro filho de Aldemar Soares e Maria Felicidade de Souza Soares. Viveu parte da infância em Sapucaia do Sul, ao lado dos pais e das irmãs mais novas, Luiza e Heloisa, ambas falecidas. Ele gostava de contar que naquela época, tinha costume de ler as notícias do jornal para o avô materno, Joaquim, que tinha ficado cego. Na segunda metade da década de 1940, foi estudante do Colégio Júlio de Castilhos, tendo sido colega de classe de Ibsen Pinheiro, que viria anos depois a se tornar seu colega e grande amigo.

 

O efetivo início no jornalismo se deu em 1955, ao lado de colegas como Carlos Bastos, Erno Schneider e Hermelindo Macedo no Clarim, jornal fundado pelo então prefeito de Porto Alegre, Leonel Brizola. Por conta de sua ligação com o líder trabalhista, foi demitido de seu trabalho como assessor de imprensa na Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, logo após o golpe militar de 1964. Perseguido durante todo o regime, foi beneficiado pela Lei da Anistia, em 1979. Entre os anos 1970 e 1980, atuou em veículos como Folha da Manhã, TV Gaúcha e Rádio Guaíba, sempre como redator ou editor. Conforme a também jornalista Núbia Silveira, amiga de Florianinho há 54 anos, era um excelente redator e editor, sempre muito cuidadoso. Também atuou como servidor público municipal em Porto Alegre. Seu último trabalho, antes da aposentadoria em 1995, foi na assessoria de imprensa do DMAE. No entanto, mesmo longe das redações, jamais perdeu a sede pela informação. Não abria mão de assistir aos jornais na televisão, além de quase nunca desgrudar dos seus rádios de pilha. Outra grande paixão era a música. Era fã ardoroso dos cantores Elizeth Cardoso e Sylvio Caldas.

 

Entre 1958 e 1978, Florianinho foi casado com Jussara Figueiró (já falecida), mãe de seus filhos Hoedi e Naiara. Em 1985, casou-se pela segunda vez com Eva Sericoli Dias, com quem viveu até sua morte. Da união, nasceu Moacir. Além da esposa e dos filhos, ele deixa os netos, Hoedi Jorge e Indiara, e o bisneto, Eduardo. Seu corpo, como era de sua vontade, foi sepultado no Cemitério João XXIII, ao lado de seus pais e suas irmãs.

 

Texto: Moacir J. Dias Soares

Fotografias: Flavia Boni Licht

Edição: Laura Santos Rocha/Diretoria SindJoRS