O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul  (Sindjors) repudia a manifestação racista do jornalista Rogério Mendelski exposta durante o programa “Bom Dia”, da Rádio Guaiba/Record, na manhã da quinta-feira, 7 de novembro, sobre os cabelos da vereadora negra Marielle Franco executada no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, como de estilo “horroso e feio”. O Sindjors acentua que o uso do cabelo natural pelas mulheres negras transmite uma mensagem política de fortalecimento racial e enfrentamento da opressão. Fato que não é tolerado pelo racismo.

 

A atitude do profissional confirmou, mais uma vez, o quanto o Racismo é perverso e esbofeteia historicamente a face da população negra brasileira. Tradicionalmente o jornalista ironiza os movimentos sociais. A conduta do Rogério Mendelski fere sensivelmente o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros em seu artigo 6º, inciso 14 que diz “… é dever do jornalista combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza”.

 

O comportamento do âncora do citado programa é revelador da maneira de como a mídia, em todos e diferentes segmentos, recusa a adoção de uma perspectiva de gênero em seus conteúdos, reforçando sensivelmente os estereótipos e inviabilizando a participação das mulheres negras e, igualmente, as mulheres indígenas em todas as esferas da sociedade.

 

Conforme vem alertando o Núcleo dos Jornalistas Afro-brasileiros combater o racismo e o sexismo, seguir e divulgar o cumprimento dos princípios dos Direitos Humanos e Marcos Internacionais referentes a gênero, raça e etnia estabelecidos e firmados por organismos nacionais e internacionais faz parte da missão do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul ao longo de sua história de 77 anos.

 

Não ao Racismo e ao Sexismo! 

 

Fonte: Imprensa Sindjors