O jornalismo brasileiro perdeu um de seus maiores patrimônios, neste dia 02 de fevereiro, feriado de Navegantes. Glória Maria, 73 anos, jornalista, primeira repórter a realizar matérias ao vivo e a cores na televisão, no Brasil, morreu em consequência de metástases, no cérebro, de um câncer de pulmão, descoberto em 2019. 

 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – SindJoRS, lamenta profundamente a morte de um dos ícones do jornalismo, não apenas pela longa carreira frente às câmeras da Rede Globo, onde começou como estagiária, na década de 1970, e ocupou postos de repórter, apresentadora e âncora, desde então; mas, especialmente, pela representatividade e significação de sua presença no telejornalismo e pela competência. Glória Maria, mulher, negra, mudou o jeito de fazer reportagem, na televisão brasileira, participando das matérias, falando diretamente com o telespectador, criando uma nova possibilidade que, posteriormente, seria utilizada por milhares de jornalistas de todo o país. 

 

A carioca Glória Maria Matta da Silva nasceu em 15 de agosto de 1949 e formou-se em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), estagiou na Rede Globo e foi efetivada no departamento de jornalismo, no início da década de 1970. A primeira reportagem foi um desafio: a queda do Elevado Paulo de Frontin, na capital carioca, em 20 de novembro de 1971 que matou 48 pessoas e feriu dezenas. Dali em diante, foi repórter especial, correspondente, âncora da emissora, apresentando vários programas jornalísticos como RJTV, Jornal Hoje e Fantástico, até 2019 (durante este período, fez uma pausa de cerca de dois anos para realizar trabalhos voluntários, no Brasil e no exterior). Glória Maria será sempre lembrada  pelas reportagens especiais e viagens que fez a lugares exóticos, experimentando os costumes de cada povo. A jornalista também cobriu a Guerra das Malvinas, em 1982. Ao final de 2019, descobriu um câncer de pulmão e tratou com imunoterapia, obtendo êxito, mas um tempo depois, ocorreram metástases no cérebro.

 

Glória Maria deixa duas filhas, Maria e Laura, duas irmãs que conheceu em junho de 2009, durante visita à Organização de Auxílio Fraterno (OAF) do bairro de Caixa d’Água, em Salvador/BA, e um gigantesco legado ao jornalismo. Como bem resumiu o jornalista e escritor gaúcho, José Antônio Silva, em duas pequenas frases, o tamanho desta profissional, mulher, negra e cidadã do mundo: “Grande Glória Maria! Mais uma gloriosa Maria do povo brasileiro”. 

 

Texto: Carla Seabra / diretoria SindJoRS

 

Nota de pesar da FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas – https://www.instagram.com/p/CoLC1WAPilc/