Baixos salários, falta de reposição da inflação, precarização e aumento de gastos com o trabalho remoto foram os motivos que levaram as trabalhadoras e trabalhadores do jornal argentino Página12 a entrar em greve nesta sexta-feira (18/12). Em ato na rua, em frente ao prédio onde fica a redação do jornal de esquerda (Rua Venezuela 356), os funcionários anunciaram que paralisam as atividades até o Natal.

 

“Não aguentamos mais, o dinheiro não alcança”, declarou o delegado Tato Dondero, representante do Página 12 e secretário do Sindicato dos Jornalistas de Buenos Aires.

 

Além dos baixos salários, os grevistas registram o aumento de gastos com o tele-trabalho, em que precisam arcar com maiores despesas em equipamentos, conexões de internet, eletricidade e telefone.

 

Arrocho sob nova direção
Em 2016 o periódico, de grande prestígio na América Latina, foi comprado pela Fundación Octubre, dirigida por Víctor Santa María, dirigente de futebol e presidente do Partido Justicialista portenho. Nesses quatro anos sob nova direção os salários reduziram. Até aquela data, os vencimentos eram 35,9% superiores aos da cesta básica Argentina. Agora estão 19 pontos abaixo, informa o sindicalista. Dondero informa ainda que para cerca de 50 colegas a reposição foi de apenas de 15% em quatro anos.

 

O ato público ocorreu no final da tarde. “Tomamos todos os cuidados para marcar nosso protesto com uma atividade de rua para registrar nosso descontentamento”, registrou o jornalista.

 

Os grevistas criaram um fundo para cobrir despesas de colegas que terão os ganhos suspensos no período da greve e que estejam em maiores dificuldades.

 

Para informações e apoios à greve escrever para comisioninternadepagina12@gmail.com
Os delegados/as são Fernando “Tato” Dondero, Paula Sabatés e Leandro Teysseire.

 

Texto: Stela Pastore