Foi sepultado em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, na tarde dessa sexta-feira (28/08), o corpo do jornalista Hermínio D’Andréa, que sofreu uma parada cardíaca na quinta-feira. Ele estava internado no Hospital da Restinga, zona sul da capital, há cerca de duas semanas. Nascido em Porto Alegre, no dia 25 de abril de 1925, D’Andréa viveu uma vida simples. Na década de 50, lançou a Gazeta de Esteio, jornal da cidade onde foi morar e que ajudou no processo de emancipação. Anos mais tarde, já na capital, o jornalista fundou a Associação de Moradores das Sete Ruas, que reunia os bairros Floresta e São Geraldo. O jornal Assetur Informativo, que divulgava notícias da região, circulou durante 32 anos, até D’Andréa mudar-se para o Asilo Padre Cacique, onde viveu por 15 anos.
Apesar de não ter o diploma de jornalismo, Herminio foi correspondente em jornais como o Diário de Notícias, Folha da Tarde e Correio do Povo. Durante esse período, ele flagrou um acontecimento de grande repercussão, como contou em entrevista a Cleidi Pereira, do site Coletiva. Net, em 2008: “faltava uns dez minutos para as três horas da tarde, quando ouvi um estrondo e logo tratei de ligar para a Caldas Júnior para informar sobre um incêndio numa fábrica de fogos na Avenida Cairu, no bairro São Geraldo. Foi tão rápido, que eles ainda conseguiram tirar uma foto da explosão”.
Paralelamente ao jornalismo, D’Andréa também era considerado um dos maiores líderes comunitários da capital. Era sempre muito requisitado por moradores de diversas regiões. Foi casado com dona Iraci até 2005, quando ela morreu. O casal não teve filhos. Foi então que se mudou para o Padre Cacique.
No asilo, junto com o colega e amigo, Maicon Bock, assessor de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado, editava o jornal O Cacique. No quarto em que vivia, tinha uma escrivaninha, uma cama, uma cadeira e uma máquina de escrever. Ali, também, era a “sua redação”.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – Sindjors, presta sua homenagem a quem tratou o jornalismo com tanta paixão.
Fonte: Carla Seabra/Imprensa Sindjors