O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – Sindjors – vem a público repudiar veementemente o ato violento e sem propósito de seguranças do Hipermercado Carrefour Passo D’Areia, em Porto Alegre, que resultou na morte de um cliente do estabelecimento.

 

O homem negro, de 40 anos, foi espancado até a morte, quando saía do hipermercado. Segundo testemunhas, enquanto os dois seguranças do Grupo Vector agrediam João Alberto Silveira Freitas, que estava imobilizado e pedia para respirar, outros agentes impediam que clientes socorressem a vítima. Os agressores foram identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva. Eles foram presos em flagrante e devem responder por homicídio triplamente qualificado: motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

 

Neste Dia da Consciência Negra, do ano de 2020, não há mais avanços a comemorar. A data foi manchada de sangue, por culpa de um racismo estrutural que teima em se manter na nossa sociedade. Um racismo que permitiu, há alguns dias, que um candidato a prefeito da capital gaúcha desqualificasse a nova bancada negra da Câmara dos Vereadores. Um racismo que faz com que um trabalhador negro seja espancado até a morte, na frente da esposa, deixando quatro filhos órfãos de pai, ao sair de um mercado.

 

O Sindjors – de três ex-presidentes negros e de uma atual presidenta mulher negra – une-se à família e aos amigos de João Alberto e à sociedade, que gritam “basta de racismo”, “justiça para Beto” e “vidas negras importam”. A partir das 18h, com todos os cuidados sanitários – em razão da pandemia – todos são convidados ao ato de protesto em frente ao Carrefour Passo D’Areia, na Avenida Plínio Brasil Milano, 2343.

 

Texto: Carla Seabra/Diretora Sindjors