As jornalistas Stela Pastore (Núcleo de Relações Institucionais SindJoRS e vice-presidência Sul Fenaj) e Letícia Castro (Núcleo de Comunicação SindJoRS e Secretaria de Mobilização em Assessoria de Comunicação Fenaj) tiveram publicado, na versão impressa do Jornal do Comércio desta quinta-feira, 23 (veja a seguir), e on-line de quarta-feira, 22 (leia aqui), o artigo “Assessoria de imprensa é jornalismo“, em que destacam a importância do reconhecimento dessa função jornalística, em especial num cenário de desinformação, precarização e pejotização.

 

A presidenta do SindJoRS, Laura Santos Rocha, saudou a publicação, e acrescentou que “a luta pelo reconhecimento de assessores de imprensa como jornalistas é tão importante como a necessidade do retorno da obrigatoriedade do diploma para o exercício profissional”. “Mais do que reconhecimento, isso é justiça e valorização para uma atividade que tem um compromisso social inegável. Só com profissionais capacitados é que poderemos combater de verdade as fake news, o negacionismo e os ataques à democracia”, completou.

 

O tema foi abordado no 22° Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (Enjai), em 2023, do qual o SindJoRS participou e contribuiu (veja aqui), e que lançou a campanha “Assessor de Imprensa é Jornalista”. O material da campanha pode ser acessado aqui. A pauta será abordada também no 40º Congresso Nacional da Fenaj, que será realizado de 10 a 13 de dezembro em Brasília (inscrições e programação aqui).


Leia o artigo a seguir:

Assessoria de imprensa é jornalismo

Stela Pastore e Letícia Castro

 

A luta pelo reconhecimento da assessoria de imprensa como trabalho jornalístico é antiga, mas segue urgente. Em um cenário de precarização das relações de trabalho e de desinformação em escala industrial, reafirmar o caráter jornalístico da assessoria é reafirmar o papel social da comunicação pública e ética.
O mercado criou a figura do “analista de comunicação”, mas cobra funções que são jornalísticas, e não de marketing ou relações públicas. O que vemos, na prática, é uma fuga da jornada e do piso dos jornalistas.
O assessor de imprensa apura, redige, edita e difunde informações de interesse coletivo. Faz jornalismo — ainda que inserido em instituições públicas, sindicatos, universidades ou empresas. A natureza da atividade não muda: traduz fatos com rigor, clareza e compromisso com a verdade, mediando a relação entre fontes e sociedade.
A legislação é clara. O Decreto nº 83.284/1979, que regulamenta a profissão, reconhece como jornalistas os que exercem funções de redação, pesquisa, planejamento e difusão de notícias. O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, da Fenaj, inclui expressamente profissionais de assessoria, reforçando que todos seguem os mesmos princípios: interesse público, veracidade e responsabilidade social.
Nos tribunais, decisões consolidam esse entendimento. O TRT-4 e o TST reconhecem, em diversos casos, o direito dos assessores ao enquadramento jornalístico, com jornada de cinco horas e piso da categoria. Essa conquista é fruto da atuação persistente dos sindicatos — especialmente do SindJoRS, que lidera ações coletivas e garante vitórias expressivas no Estado.
O Prêmio ARI/Sicredi de Assessoria de Imprensa é outro marco. Ao reconhecer o impacto da comunicação estratégica na sociedade e destacar profissionais que transformam informação em serviço, cultura e cidadania, reafirma que assessoria é jornalismo de interesse público.
Sob a coordenação da Fenaj, do SindJoRS e da Associação Riograndense de Imprensa, a categoria mantém viva a defesa de que assessoria não é marketing: é jornalismo comprometido com a verdade e a democracia. Sem comunicação pública qualificada, não há cidadania plena.

 

Jornalistas, integrantes da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (SindJoRS)

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