O ano de 2020 foi o mais violento para os jornalistas brasileiros, desde o início da série histórica dos registros dos ataques à liberdade de imprensa feitos pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) desde a década de 1990. Foram 428 casos de violência, 105,77% a mais que o já alarmante número de 208 ocorrências, registradas em 2019.
As agressões verbais/ataques virtuais cresceram significativamente na esteira dos incentivos do presidente, Jair Bolsonaro, à violência contra jornalistas. Em 2020, foram 76 casos (17,76%), 56 a mais do que os 20 registrados em 2019. Jornalistas passaram a ser agredidos por populares nas ruas e os ataques virtuais, por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, tornaram-se comuns. Apesar do aumento significativo, é muito provável que ainda haja subnotificação dos casos, porque muitos profissionais não chegam a denunciar o ataque sofrido.
Preocupada com essa realidade, a FENAJ desenvolve, com o apoio do Fundo de Direitos Humanos dos Países Baixos, o projeto “Monitoramento da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – Ano 2021”. A iniciativa tem por objetivo monitorar a crescente violência contra a categoria no país a partir da coleta de dados pelos 31 Sindicatos de Jornalistas filiados.
Além disso, o projeto conta com iniciativas de capacitação para a categoria, por meio do seminário online “Violência contra Jornalistas: denunciar para combater e se proteger para evitar”. O evento foi dividido em duas etapas, sendo a primeira intitulada “Violência contra jornalistas: como, onde e porque denunciar”, realizado em agosto deste ano. A segunda etapa consiste no curso “Como se proteger de ataques e ameaças online”, que acontecerá em novembro. Acompanhe as redes sociais da Federação, para participar.
Veja como foi o seminário “Violência contra Jornalistas: denunciar para combater e se proteger para evitar”.
Fonte: Fenaj