O primeiro encontro entre o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas no Estado do Rio Grande do Sul (SindiJoRe) e o Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul (SindiRádio) aconteceu nessa quinta-feira (03.07). Como de praxe, foi um encontro para manifestações de ambas as partes, mas que encerrou com boas promessas da patronal.

 

Os sindicatos patronais já haviam recebido, com antecedência, a minuta de propostas do SindJoRS, aprovada em Assembleia Geral. A primeira reunião, no entanto, só acontece depois que as patronais decidem, com as suas categorias (empresas de rádio e tv e empresas de jornais e revistas), uma contraproposta. Dada a manifestação inicial dos representantes das empresas, apontando perdas no setor, a questão das novas plataformas, o compromisso de manter o combinado com os empregados etc., a presidenta do SindJoRS, Laura Santos Rocha, apresentou um texto feito em diversas mãos pela diretoria, dando embasamento técnico para a proposta das e dos jornalistas (clique AQUI para ler).

 

Laura afirmou que dados da Receita Federal do Brasil apontam que se autodeclaram jornalistas, no estado do Rio Grande do Sul, 3.634 contribuintes e este dado é apenas um recorte de profissionais de comunicação que o SindJoRS representa nesta mesa de negociações. “As e os jornalistas são o coração do setor de comunicação e nosso trabalho diário é produzir conteúdo de qualidade que sustenta a credibilidade e a relevância das empresas de mídia. Nosso trabalho é essencial para a receita das empresas, especialmente agências de notícias, jornais e emissoras, as quais os senhores representam”. Lembrando que o Sindicato está junto com a Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj, com a Campanha Salarial Unificada 2025/2026.

 

A presidenta seguiu: “diariamente, jornalistas que atuam no Rio Grande do Sul enfrentam a precarização do jornalismo através da redução de redações, o acúmulo das tarefas e sobrecarga de trabalho, a pressão por produtividade, o aumento da informalidade e da pejotização da profissão, ampliação das escalas, forma de concessão de folgas, entre outras questões que entendemos que exigem uma resposta urgente do lado patronal.”

 

Estas questões, mais os dados do IBGE, CAGED e outros órgãos federais, mostram um cenário de crescimento da economia (incluindo o Estado), mas, em contrapartida, como disse a presidenta Laura, “apesar do esforço heroico durante as enchentes e a resistência, ao longo período da pandemia, os salários de jornalistas permanecem estagnados, não refletindo a recuperação econômica do setor de comunicação, que recebeu do governo federal, bem como do governo estadual, recursos que incluem linhas de crédito, suspensão de tributos e auxílios diretos”. Desta forma, ela justificou porque o SindJoRS julga que as empresas de comunicação devam, depois de muitos anos de enxugamento de salários, investir na valorização de seus profissionais e, por essa razão, aprovar uma CCT com “aumento real substantivo, que vá além da reposição inflacionária. Propomos um reajuste que reflita a importância das e dos jornalistas e compense as perdas acumuladas desde 2020”. A proposta do SindJoRS é de 10% de reajuste.

 

A patronal não ofereceu uma contraproposta financeira, preferiu privilegiar inicialmente a discussão das cláusulas sociais, que há alguns anos o SindJoRS vem apresentando e percebendo um recuo dos representantes das empresas. Essa promessa de discutir direitos importantes para as e os jornalistas foi vista com otimismo pelos representantes da categoria.

 

A próxima reunião foi marcada para a semana seguinte, com a proposta do Sindicato de Jornalistas de que elas sejam semanais, para agilizar o processo de aprovação da CCT 2025/2026. É fundamental que a categoria fique tranquila, pois a prorrogação da CCT 2024/2025 segue valendo até que a nova seja acordada e assinada. Não haverá perdas, pois os valores a partir de primeiro de junho – nossa data-base – serão pagos. E, para esclarecer sobre a proposta do SindJoRS, a diretoria fará visitas às redações e, também, reuniões virtuais para tirar as dúvidas e ouvir as e os jornalistas.

 

Aproveitem para colocar na agenda e participar da mobilização. Vem aí o Dia Nacional de Luta das e dos Jornalistas. No dia 8 de julho, vista azul e some-se à luta por valorização, direitos e respeito às e aos jornalistas de todo o Brasil! É o Dia Nacional de Luta das e dos Jornalistas e a Fenaj e os Sindicatos convocam a categoria para fortalecer a Campanha Salarial Nacional Unificada 2025. Estamos juntos por salário digno; ampliação dos pisos salariais; licenças maternidade (180 dias) e paternidade (30 dias); aprovação da PEC do Diploma; combate à pejotização e Fundo de Fomento ao Jornalismo.

 

Quem informa o Brasil somos nós! Nossa luta é por direitos e valorização!

 

Texto: Carla Seabra e Revisão: Letícia Castro / Diretoria SindJoRS