O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) lamenta profundamente a perda do seu associado e primeiro delegado regional da Serra Gaúcha, jornalista Paulo Cancian, 67 anos, um dos mais respeitados  profissionais da área da comunicação do Estado.

 

Em Caxias do Sul, onde manteve relação mais profícua com o jornalismo, Cancian tornou-se uma grande liderança, dada sua extraordinária habilidade de gestão de pessoas, onde o humanismo ultrapassava todos os limites da exploração da categoria. Cancian carregava a marca de um mestre na arte de retratar o cotidiano da cidade apostando fortemente na sua equipe, bem como era um descobridor de novos talentos.

 

Paulo Cancian foi autor de textos inesquecíveis, livros históricos, narrativas que integram o acervo jornalístico de nossa memória. Biógrafo por excelência, relacionou-se com todos os setores da sociedade.

 

Segundo informações repassadas pelo Hospital Geral (HG), Cancian morreu em decorrência de falência múltipla de órgãos. A morte foi confirmada pelo hospital às 9h35min desta quinta-feira. O jornalista estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do HG desde o dia 10 de novembro.

 

Cancian deixa a mulher, Justina Inês de Farias Cancian, a filha Tassiana de Paula Cancian Fragoso e os netos Gabriel, João Guilherme e Davi.

 

A trajetória iniciada em 31 de dezembro de 1968 na Rádio Caxias, veículo onde esteve em outras cinco ocasiões, desenvolveu-se por 50 anos, onde Cancian se tornou uma referência no jornalismo caxiense. No entanto, também houve participação em outras áreas, como a política estudantil, onde foi presidente de Diretório Acadêmico. Essa função, no fim dos anos 1960, resultou em problemas com a ditadura militar então vigente no país.

 

Além disso, Cancian militou na área sindical, tendo sido representante do Sindicato dos Jornalistas na Região da Serra. Após o começo na Rádio Caxias, desenvolveu uma atividade marcante nas mais variadas redações. Teve passagens pelas rádios Difusora e São Francisco, trabalhou na TV Caxias Canal 8 (hoje, RBS TV), foi correspondente da Caldas Júnior e implantou a sucursal do Jornal do Comércio na cidade. Ainda atuou no Jornal de Caxias, Correio Riograndense e Coojornal, além da assessoria de imprensa da UCS. Foi ainda editor-chefe do extinto jornal diário Folha de Hoje, inaugurado no final de 1989 tendo vida duradoura até novembro de 1994. A Folha de Hoje foi a maior escola de Jornalismo para muitos colegas de profissão consagrados hoje, pois não existia ainda naquela ocasião curso de graduação em Jornalismo em Caxias.

 

Obrigado, Paulo Cancian, pelo legado que nos deixa. Fostes muito mais do que um editor-chefe vocacionado a transformar a sociedade por meio do jornalismo. Fostes amigo, colega, mestre e um pai para muitos colegas jornalistas, que assim o consideram publicamente.

 

Fonte: Imprensa/SINDJORS