No dia 23 de setembro, o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) celebra 83 anos de fundação. Para marcar esta trajetória de lutas e conquistas, a entidade preparou uma programação especial que une debates relevantes, lançamento de publicações e um momento de confraternização entre colegas da categoria.

 

Fundado em 1942, o SindJoRS é um dos sindicatos mais antigos do Rio Grande do Sul e representa um marco na defesa da liberdade de imprensa, dos direitos trabalhistas e da valorização do jornalismo profissional. Em 83 anos de história, atravessou períodos desafiadores como os 21 anos da ditadura militar, quando enfrentou duramente a censura, e viu colegas como Vladimir Herzog serem vítimas da repressão. Nesse contexto, celebrar também é parte da luta.

 

“Em tempos de distanciamento, trabalho remoto e relações cada vez mais mediadas por telas, reunir a categoria, trocar ideias, confraternizar e se reconhecer como parte de uma coletividade é essencial. O encontro presencial e o abraço também fazem parte da atividade sindical”, afirma a presidenta do SindJoRS, Laura Santos Rocha, reeleita em agosto para um novo mandato à frente da entidade.

 

 

A confraternização da categoria será realizada no dia 27 de setembro, no Resto Bar El Pesto (Rua Jerônimo de Ornelas, 596 – Santana/Porto Alegre), um espaço conhecido tanto por sua culinária uruguaia quanto por seu compromisso com a cultura democrática. O evento também celebra festivamente a posse da nova diretoria para o triênio 2025-2028. A diretoria estará aguardando sua categoria nesse dia, após às 19h, e a presença será por adesão.

 

 

Reflexão sobre o jornalismo e o futuro do planeta

Como parte da programação comemorativa o SindJoRS promoverá a live sobre cobertura jornalística na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas COP 30, no dia 23 de setembro, às 9h30min, através do YouTube e de suas redes sociais. O objetivo desta conversa, promovida pelo Sindicato em parceria com o Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ), é dialogar sobre o trabalho dos profissionais de comunicação na COP 30, evento que será realizado em novembro de 2025, em Belém – pela primeira vez na Amazônia. “Discutir o clima é também discutir o futuro da informação e o papel do jornalismo na mediação de debates públicos essenciais”, ressalta Laura. Participam do debate as jornalistas Ilza Girardi, Mônica Cabañas e Sérgio Pereira. A mediação será da 1ª vice-presidente do SindJoRS, Katia Marko.

 

Participantes da live

Ilza Girardi, jornalista, ambientalista e professora de ecojornalismo, doutora em ciência da Comunicação, mestre em Comunicação e ecologista. Referência nacional em temas como cidadania, educação, meio ambiente e jornalismo ambiental.

 

Mônica Cabañas, jornalista,escritora, terapeuta Ericksoniana, doutora em Educação pela Universidade Santander do México, Especialização em Comunicação Grupal pela PUC/RS. Autora ou coautora de 8 livros, sendo um deles o livro infantil “As Aventuras de Nico e Frida”. Diretora Executiva do SindJoRS.

 

Sérgio Pereira, jornalista, integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (UFRGS/CNPq)

 

Na ocasião, também ocorrerá o lançamento do Caderno Especial do Versão de Jornalistas On-line sobre a COP 30 que busca apoiar os jornalistas na cobertura qualificada do tema e traz as principais diretrizes da conferência, sugestões de pauta, dicas dos colegas, lições do jornalismo ambiental e a visão do presidente da COP 30, em Belém, o embaixador André Aranha Corrêa do Lago.

 

Compromissos renovados

Entre as pautas prioritárias da atual gestão estão a valorização da profissão, a defesa da exigência do diploma para o exercício do jornalismo (PEC do Diploma), o combate às fake news, a regulamentação das big techs e a garantia de condições dignas de trabalho diante das rápidas transformações do mercado.

 

A atual gestão do SindJoRS reforça seu compromisso com a valorização da categoria, defendendo melhores salários, condições dignas de trabalho, reconhecimento profissional e a regulamentação da profissão, incluindo a exigência do diploma como critério formal para o exercício do jornalismo.

 

Também são bandeiras permanentes da entidade a defesa da liberdade de imprensa e do jornalismo como bem público e essencial à democracia, o enfrentamento à precarização das relações de trabalho com jornadas exaustivas, contratos instáveis e perdas de direitos, além da urgente necessidade de enfrentar a violência contra jornalistas — que se manifesta em forma de ameaças, perseguições e agressões físicas e simbólicas.

 

Soma-se a isso a pauta estratégica da regulamentação das plataformas digitais, com o estabelecimento de regras claras de responsabilidade e transparência de conteúdo, especialmente diante dos impactos diretos sobre o jornalismo, do crescimento das fake news e a criação de um modelo sustentável para o jornalismo brasileiro.

 

O SindJoRS segue firme em seu compromisso com a categoria e com a sociedade. Em um cenário onde apenas 0,3% das organizações brasileiras ultrapassam os 54 anos de existência, completar 83 anos é mais do que uma marca: é a prova da resistência e da relevância da entidade. A sede da entidade está localizada no coração de Porto Alegre, na Rua dos Andradas, 1270 – sala 133 – 13º andar, onde a história do jornalismo gaúcho continua sendo escrita com ética, coragem e compromisso coletivo.

 

Texto: Stela Pastore / Diretoria SindJoRS