Radialista e jornalista Armindo Antônio Ranzolin, 84 anos, morreu nesta quarta-feira (17), após complicações do Mal de Alzheimer.

 

Nascido em Caxias do Sul, a 8 de dezembro de 1937, Ranzolin veio para Porto Alegre, aos 20 anos de idade, com um sonho na bagagem: ser narrador de futebol. Formou-se em Direito pela UFRGS, em 1967, mas mantinha vivo o sonho de viver do microfone. Com uma voz impecável e uma dicção perfeita, ele construiu uma carreira de quase 50 anos.

 

Ranzolin chegou a ter uma experiência como repórter de campo, na Rádio Guaíba, sob o comando de Mendes Ribeiro, mas foi considerado “muito verde”, ainda. Por isso, foi para a Rádio Difusora, atuando como narrador, onde chegou a subdiretor. De lá foi para a Farroupilha e para a TV Piratini, onde ficou até 1969, quando voltou para a Caldas Júnior. Assumiu como segundo locutor da Rádio Guaíba, que tinha Pedro Carneiro Pereira. Em 1973, com a morte do colega, passou a ser o titular do microfone da emissora, tendo a primeira experiência de narrar uma Copa do Mundo, em 1974. A voz marcante emocionou os torcedores do Inter, ao narrar o tricampeonato brasileiro dos colorados; e os gremistas, narrando o primeiro brasileiro tricolor, em 81, e os títulos da Libertadores e do Mundo do Grêmio, em 83. A narração da partida contra o Penharol, no Estádio Olímpico, foi tão marcante que está inserida na música “Aconteceu em Porto Alegre”, da banda Engenheiros do Hawaii. No trecho, ele grita emocionado e, ao mesmo tempo, emocionando: “eu disse que acreditassem! Eu pedi que acreditassem! Eu nunca deixei de acreditar! Que o Grêmio ia ser campeão da América!”

 

Armindo Ranzolin ainda trabalhou na Rádio Gaúcha, durante 22 anos, até se aposentar, passando por três copas do mundo, sendo a última em 1994, onde o Brasil conquistou o tetra; pelo segundo Mundial do Grêmio contra o Ajax, quando o time gaúcho perdeu o título nos pênaltis e apresentando o programa Gaúcha Atualidade. No dia 6 de dezembro de 2006, ao encerrar a última participação, no microfone, foi aplaudido no ar pelos colegas.

 

O narrador enfrentava o Mal de Alzheimer e estava internado no hospital, onde veio a falecer. Grêmio e Inter renderam homenagens ao jornalista, nas redes sociais. Ranzolin deixa a mulher, Yara, os filhos Cristina e Ricardo e os netos Henrique, Manoela e Antônia; além de um grande legado para as gerações que vieram depois e aprenderam com ele. O velório será nesta quinta-feira (18), a partir das 8 horas, e a cerimônia de despedida está prevista para as 15 horas no Crematório Metropolitano. A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS – Sindjors lamenta a passagem do jornalista e se coloca ao lado da família neste momento de dor e tristeza.

 

Texto: Carla Seabra/Diretoria Sindjors