ECONOMISTA RÓBER ÁVILA AFIRMA QUE O BRASIL NÃO ESTÁ QUEBRADO

 

“O Brasil não está quebrado; o problema é o governo federal.” A afirmação foi feita pelo professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFRGS, Róber Iturriet Ávila. No último dia 13/09, ele participou do debate sobre alternativas de enfrentamento à agenda neoliberal, promovido pela Executiva da CUT. Róber declarou que a recuperação do país passaria por investimento público, expansão creditícia e valorização dos bancos públicos.

 

O economista também defendeu uma reestruturação monetária, que aumente os impostos para os mais ricos e reduza para os mais pobres e para as empresas; redução da taxa de juros e a volta do imposto sobre transações financeiras. Para ele, seria necessário, ao Palácio do Planalto, colocar dinheiro na reativação das obras públicas, “pois este tipo de investimento é que dá um rápido retorno para a economia.”  Ele antecipou que, em 2020, é possível que ocorra uma crise financeira mundial, que leve o país a uma estagnação econômica.

 

RIO GRANDE DO SUL
“O RS está em uma situação terrível. Sem ajuda federal, não tem saída,” ponderou o economista, que afirmou, também, que a negociação da dívida do Estado com a União deveria passar por uma repactuação nacional. Róber disse que é equivocada a política de renúncias fiscais e desonerações. De acordo com ele, somos o estado que mais desonera impostos – 30% do ICMS. Na década de 1990, adotou-se a prática de concessão de elevados benefícios fiscais para atração de investimentos, mas as desonerações, que eram 20% da arrecadação, em 2003, e pularam para 30%, a partir de 2015.

 

O professor se referiu, também, ao caso do Banrisul: “vendê-lo não trará nenhum benefício, uma vez que ele deve valer algo em torno de R$ 3 bilhões, enquanto que a dívida do estado chega a R$ 100 bilhões, considerados débitos com precatórios e devolução de saques judiciais e do Caixa Único”.

 

Leia a primeira matéria da série O Brasil tem saída?Alternativas para a economia brasileira e sul-rio-grandense

 

Fonte: Rosa Pitsch/Imprensa Sindjors