O feminicídio da juíza Viviane do Amaral Arronenzi, no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, cometido pelo ex-marido diante das três filhas do casal, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, foi uma crueldade entre tantos crimes bárbaros que são cometidos contra as mulheres no Brasil. Segundo o Atlas da Violência 2020, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública/IPEA, uma mulher é assassinada no Brasil a cada duas horas.

 

A palavra feminicídio ganhou notoriedade há cinco anos, quando foi aprovada a “Lei do Feminicídio” (Lei Federal 13.104/15), que criminaliza o assassinato de mulheres em razão do gênero; ou seja, a vítima é morta apenas por ser mulher! É um crime de ódio no contexto da violência doméstica, como foi o caso da juíza Viviane, que estava levando as filhas para passar o feriado de Natal com o pai, o engenheiro Paulo José Arronenzi, que matou a ex-mulher a facadas. A juíza Viviane já havia sido agredida em setembro pelo ex-marido, tendo inclusive mantido uma escolta durante dois meses, da qual abriu mão a pedido de uma das filhas.

 

Segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão/Instituto Locomotiva, a violência contra as mulheres aumentou durante a pandemia, como agressões físicas e verbais, violências sexuais, xingamentos, ameaças e assédio. Apesar da Lei Maria da Penha ser muito conhecida, mas ainda pouco aplicada, permanece na sociedade brasileira uma sensação de impunidade no combate à violência contra a mulher. E mais grave: a maioria dos homens que cometem violências contra as mulheres já cometiam esses crimes antes da pandemia.

 

Como mulheres, jornalistas, temos que aprofundar esse tema que violenta a nossa integridade.

 

Nota de pesar da Comissão de Mulheres da FENAJ