As entidades sindicais representativas da classe jornalística, abaixo assinadas, vêm a público prestar apoio e solidariedade à jornalista Carol Romanini, de Londrina, demitida arbitrariamente no dia 13 de setembro pela RICTV, afiliada da Record. Carol recebeu a notícia de seu desligamento quando já se preparava para entrar no ar em seu programa diário, um total desrespeito por parte da empresa.

 

Informações recebidas pelas entidades dão conta de que a demissão fora motivada por pedido do deputado federal Filipe Barros (PL), que se apresenta em campanha de reeleição como “O 01 do Bolsonaro no Paraná”. No fim de semana anterior à demissão, Carol presenciou situação de agressão envolvendo a equipe do parlamentar e a torcida organizada do time de futebol local. A jornalista estava em seu dia de folga e nega qualquer envolvimento na briga. Ainda assim, teve seu nome e imagem vinculado ao episódio, o que desencadeou uma onda de ataques a ela e à filha.

 

Soma-se isso o fato de, na segunda-feira (12), Carol ter apresentado seu programa vestindo a cor vermelha, o que já havia ocorrido em inúmeras outras ocasiões. No mesmo dia, a RICTV emitiu comunicado interno, via whatsapp, proibindo o uso de vermelho e bordô por seus apresentadores e jornalistas e retirou de suas redes a íntegra do programa. O Sindijor Norte PR teve acesso e repudiou publicamente essa proibição. Carol acredita que o uso da cor também tenha influenciado em sua demissão e motivado os ataques que vem recebendo.

 

É inaceitável que um homem público exponha desta forma uma profissional à sanha violenta de seus seguidores. Carol registrou Boletim de Ocorrência e já conta com assessoria jurídica. O Sindijor Norte PR acompanha de perto o caso.

 

O Brasil nunca foi um lugar fácil para o exercício do jornalismo. De 2018 para cá, no entanto, temos enfrentado ataques quase diários, muitos deles de parte do próprio presidente da República e direcionamos, especialmente, a nós, mulheres.

 

Não compactuamos com a violência. Queremos liberdade para exercer nosso ofício em segurança, garantindo o livre acesso dos brasileiros e brasileiras à informação de qualidade.

 

Todo apoio a Carol e demais mulheres jornalistas agredidas!

 

Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná (Sindijor Norte PR)
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR)
Comissão de Mulheres da Fenaj
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)