O fotojornalismo gaúcho perdeu um de seus nomes mais carismáticos e sensíveis nesta segunda-feira (24). Mário Henrique Brasil morreu em Porto Alegre aos 52 anos. O jornalista formado pela Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da Pucrs fez parte da equipe de fotografia do jornal Zero Hora.

 

Brasil se sentiu mal no começo da manhã. A Samu chegou a socorrê-lo em casa, mas o fotógrafo não resistiu, informaram os familiares.

 

O velório será nesta terça-feira (25), das 8h às 11h, no Crematório Metropolitano, na avenida Oscar Pereira, 584, no bairro Azenha.

 

Mário Henrique, como era chamado pelos mais próximos, é filho de Paulo Brasil e Miriam, que faleceu em 2013, irmão de Marcelo, Cristina, Jaqueline e Adenílson e tinha seis sobrinhos.

 

Colega de Brasil, com quem entrou quase na mesma semana em 1995 em ZH, Júlio Cordeiro lembrou nesta segunda, após saber do falecimento, de histórias que marcaram a passagem de Brasil e da proximidade dos dois.

 

“Como entramos quase juntos na redação, dividimos muitas ansiedades e criamos uma cumplicidade no dia a dia do trabalho. O Mário era muito espontâneo, sincero e até ingênuo, não tinha maldade, ao falar o que pensava. Às vezes, podia até não ser bem entendido”, lembra. “Ele tinha uma sensibilidade única, era muito querido por todos”, comenta Cordeiro, sobre o ex-colega.

 

Na trajetória em ZH, Brasil tinha um olhar atento a pautas que trouxessem temas sociais, histórias de pessoas. Muitas reportagens marcaram os dez anos de atuação no veículo, como a última viagem de trem de passageiros da antiga Rede Ferroviária Federal no Estado. O jornalista trabalhou na redação até meados de 2005. Devido a problemas de saúde, ele precisou se afastar.

 

Ex-companheira de Brasil, a jornalista Patrícia Comunello, que atua no Jornal do Comércio, observa que o fotógrafo, mesmo longe do dia a dia do jornal, fazia questão de manter contato e vibrava com fotografias dos colegas que tinha mais afinidade.

 

“O Mário tinha um olhar e uma mente além do que a gente costumava ver as coisas. Ele teve de se afastar da rotina, mas a fotografia e o jornalismo se mantinham super vivos na mente e no coração dele”, resume a jornalista.

 

Nos últimos anos, Brasil vinha se dedicando ao trabalho voluntário nas comunidades terapêuticas mantidas pelo Programa de Auxílio Comunitário ao Toxicômano (Pacto), que teve entre os fundadores seu pai e sua mãe. Ele acompanhava reuniões e as atividades com dependentes químicos nas quais cativava muita gente com seu jeito sensível de passar o que pensava e apoiar os participantes do programa.

 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS – Sindjors manifesta pesar pela perda do fotojornalista e oferta condolências aos familiares.

 

Texto: Jornal do Comércio/JC