Um grupo de 16 mídias alternativas e independentes de Porto Alegre se reuniu na última segunda-feira (15) para construir ações conjuntas em defesa da democracia e de combate à campanha de desinformação no processo eleitoral. Também decidiu lançar uma nota em apoio à candidatura de Fernando Haddad, considerando a candidatura de Jair Bolsonaro como uma ameaça à democracia. A nota sustenta que a oposição a essa candidatura “é um dever de toda a mídia, na medida em que Art. 6º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros estabelece que todo jornalista deve opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão”. Segue a íntegra da nota:
Nota pública das mídias alternativas de Porto Alegre sobre o segundo turno eleitoral
Vivemos um momento muito grave: uma candidatura à Presidência da República defende abertamente o autoritarismo, a violência política e a retirada de direitos dos trabalhadores. Defende, também, restrições à liberdade de expressão e de atividade política. O mundo todo olha para o Brasil com preocupação, e pessoas dos mais diversos matizes políticos rejeitam a candidatura de Jair Bolsonaro por enxergarem ali uma perigosa ameaça à democracia – que, mesmo defeituosa e limitada, nos garante o direito a buscar seu aprofundamento.
Considerando essa realidade, 16 mídias alternativas de Porto Alegre nos reunimos para a construção de ações conjuntas de defesa da democracia e de combate à desinformação proposital que tem servido como estratégia de campanha dessa candidatura. Essa preocupação não significa apoio acrítico à candidatura de Fernando Haddad, mas o entendimento, que tem sido generalizado entre os democratas do Brasil e do mundo, de que não se pode compactuar com o retrocesso que representa a candidatura de Bolsonaro.
Entendemos que a oposição à candidatura de Bolsonaro é um dever de toda a mídia, na medida em que Art. 6º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros estabelece que todo jornalista deve “opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos”, além de “combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza”.
Conclamamos, assim, as mídias alternativas de todo o Brasil a fazerem o mesmo movimento, de maneira urgente e também visando o futuro: unir-se em ações em defesa da democracia e da liberdade que garantem nossa existência e o direito do conjunto da população a lutar por seus direitos.
Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice)
Amigos da Terra Brasil
Anú – Laboratório de Jornalismo Social
Boca de Rua
Brasil de Fato RS
Coletivo Catarse
Comunicação Kuery
Esquerda Online
Jornal JÁ
Jornalismo B
Manifesto POA
Mídia Ninja
Nonada – Jornalismo Travessia
Rádio Comunitária A Voz do Morro
Sul 21
TV Nação Preta
Fonte: Sul21