Centenas de mulheres tomaram as ruas de Porto Alegre na tarde ensolarada deste sábado (4), participaram de um ato cultural na Praça do Tambor, próxima à Usina do Gasômetro, e protestaram: “Bolsonaro nunca mais”. Houve também manifestações em várias cidades do interior do Rio Grande do Sul, em outros estados e no exterior.

 

Inspirada na campanha #EleNão, que promoveu atos feministas contra Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018, a mobilização foi realizada por coletivos feministas, centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos. Com cartazes, faixas e bandeiras, entre apresentações musicais, representantes dos partidos – PT, PCdoB, PSol, PSB, Rede, PCB e UP – denunciaram a fome, a miséria, o desemprego, o genocídio e a violência,que são resultado das políticas nefastas do governo Bolsonaro.

 

Foto: CUT-RS

 

As manifestações integraram os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A campanha, anual e internacional, começou em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, passando pelo 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Neste período, são realizadas diferentes ativides contra a desigualdade e a violência de gênero.

 

Foto: CUT-RS

 

A secretária-geral da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, ressaltou o protagonismo das mulheres. “Nós fomos as primeiras a dizer: ele não. Agora nós estamos dizendo: ele nunca mais. Contra todas as formas de violência, estamos abrindo o calendário de 2022 para dizer: Bolsonaro nunca mais. É um calendário eleitoral e nós, mulheres da CUT, estamos dentro dele. Vem junto, vamos à luta”, disse.

 

Assista à fala da secretária-geral da CUT-RS

 

Impossível continuar com um governo misógino

“É impossível nós continuarmos com um governo misógino, que odeia as mulheres, que não defende a igualdade da mulher, da mulher emancipada”, afirmou a integrante da coordenação do Levante Feminista contra o Feminicídio, Télia Negrão. Para ela, é preciso “dar um basta nesse regime de fome, de miséria, do empobrecimento das mulheres, da carestia, retirando as condições mínimas de sobrevivência das famílias chefiadas por mulheres”.

 

Télia lembrou que o Brasil continua sendo um dos campeões mundiais que mais matam as mulheres e disse que estar na rua significa “demonstrar a disposição dessa metade da população que tem sido excluída dos espaços de poder e decisão, para que possamos avançar efetivamente para uma sociedade que volte a ser mais democrática, justa, mais igual”.

 

Foto: Jorge Leão / Brasil de Fato

 

A ex-deputada estadual Stela Farias (PT) destacou a presença de mulheres da região metropolitana e a importância da participação política das mulheres. “É muito importante, necessário, e por isso estamos aqui esquentando as baterias para um ano importante que teremos, que definirá mais uma vez o futuro do país”, avaliou. Segundo ela, mais do que nunca, as mulheres têm que se unir para irem às ruas com a sua força, a exemplo de 2018, quando gritaram “ele não”.

 

Foto: Marcos Corbari / Brasil de Fato

 

Integrante do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente (Cedica), Ivonete Carvalho, saudou a presença de militantes do movimento de mulheres negras e de mulheres não negras, todas unidas pelo “fora Bolsonaro”. Ela destacou que todos os direitos conquistados nos últimos 20 anos estão sendo retirados. “Precisamos fazer essa transformação social e tirar esse genocida”, defendeu.

 

Foto: CUT-RS

 

Ivonete explicou o significado do tambor localizado na praça. “O tambor para a visão de matriz africana significa a comunicação do que está na terra e o que está no mundo espiritual. Significa resistência, convergência e fortalecimento da nossa união em nome da nossa ancestralidade.”

 

Foto: Jorge Leão / Brasil de Fato

 

A manifestação contou com a apresentação de várias cantoras, como as irmãs Vidal e o bloco “Ai que saudades do meu ex”.

 

 

Também estiveram presentes a deputada estadual Sofia Cavedon (PT), a vereadora de São Leopoldo Ana Affonso (PT), o vereador Jonas Reis (PT) e o ex-ministro Miguel Rossetto.

 

O ato cultural foi transmitido através de uma cobertura em rede pelo Facebook e Youtube, liderada pela Rede Soberania e Brasil de Fato, com a participação da CUT-RS, sindicatos e federações, além de outros veículos da mídia independente e mandatos populares.

 

Assista à transmissão do ato

 

Atos no interior do Rio Grande do Sul

 

Caxias do Sul

Manifestantes se reuniram na Praça Dante Alighieri, no centro da cidade, com cartazes e bandeiras, e fizeram pronunciamentos. A presidenta do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), Silvana Piroli, salientou os ataques do atual governo. “Ele não, fora Bolsonaro que acabou com a aposentadoria de mulheres trabalhadoras, que tratou a pandemia de forma irresponsável, que tem uma política econômica que conseguiu ter recorde no desemprego, em que as principais prejudicadas foram as mulheres, e as mulheres negras e pobres foram as maiores prejudicadas.”

 

Foto: Daniela Fagundes / Sindiserv Caxias do Sul

 

Ela, que também é secretária de Movimentos Sociais da CUT-RS, afirmou que o ato na praça serve para mostrar para a cidade, para o estado e para o país “que queremos o fim da violência, que muitas vezes não aparece com marcas no corpo, mas aparece com marcas na alma, com a fome, com o desemprego, com a falta de direitos. É pelo trabalho, pela vida das mulheres, pelo futuro do país que estamos na rua”.

 

Foto: Daniela Fagundes / Sindiserv Caxias do Sul

 

Santa Maria

 

Foto: Evelize Sousa

 

 

Pelotas

 

Foto: Fábio Cóssio – Rádiocom Pelotas

 

Bagé

 

 

Osório

 

 

Encruzilhada do Sul

 

 

Fonte: CUT-RS com Brasil de Fato

 

Leia também:

Mulheres puxam atos contra o governo Bolsonaro em Porto Alegre e interior gaúcho