As novas diretrizes do Ministério da Educação (MEC), o papel e atuação do sindicato da categoria e o crescimento da Educação à Distância pautaram seminário de alunos do curso de Jornalismo da Universidade de Caxias do Sul (UCS), na noite de terça-feira.

 

Representando a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), o jornalista e primeiro secretário da entidade, Roberto Carlos Dias, participou do debate, ao lado do coordenador do Curso de Jornalismo da instituição, Marcell Bonesse, e da coordenadora dos cursos de EaD, Elisa Boff. As intervenções foram mediadas pelos estudantes e pela professora titular da disciplina, Marliva Gonçalves.

 

Roberto Carlos discorreu sobre diversos pontos, destacando as últimas alterações trabalhistas, encaminhadas pelos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, e as graves consequências que as mesmas representam para o exercício da profissão. O dirigente apontou a necessidade de os profissionais se sentirem e se enxergarem como trabalhadores para que a luta de classe por valorização e respeito à profissão possa ter êxito, ao elencar uma série de ações que o Sindjors, juntamente com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), tem feito, no sentido de defender o restabelecimento da obrigatoriedade do diploma, suspenso há mais de uma década, bem como o enfrentamento às últimas alterações que vêm sendo feitas no governo Bolsonaro.

 

Para ilustrar a explanação, Roberto Carlos destacou a Medida Provisória (MP) 905/19, lançada no dia 11 de novembro, por Bolsonaro, que, entre outras mudanças nos regimes de contratações de jovens de 18 a 29 anos, extingue artigos da legislação trabalhista que versam sobre o exercício da profissão de jornalista, acabando, com isso, a necessidade do registro profissional. O jornalista chamou a atenção para a necessidade de os profissionais formados e estudantes se sindicalizarem para fortalecer o sindicato como um instrumento de luta importante na defesa e manutenção de direitos.

 

“Os jornalistas e estudantes precisam e necessitam estar informados sobre pontos importantes das legislações que alteram significativamente o exercício profissional, porque tudo o que envolve as profissões são as questões políticas e econômicas de um governo, gostando ou não do jornalismo nessas áreas específicas do campo do conhecimento. Só com jornalistas bem informados e com consciência de classe trabalhadora teremos êxito nas nossas lutas diárias em defesa da valorização e da manutenção dos direitos”, reforçou Roberto Carlos.

 

Professor Marcell Bonesse enfatizou, em sua fala, a necessidade de combater as chamadas fake news (notícias falsas) e defendeu a liberdade de expressão e de imprensa, previstas na Constituição Federal, como a linha mestra de condução da profissão, amparada na verdade, na isenção e transparência na apuração dos fatos. O docente ainda discorreu sobre a mudança na grade do curso, com a inclusão de mais horas/aula e obrigatoriedade do estágio curricular.
Atualmente, a grade do curso conta com 11 disciplinas de EaD, sendo algumas obrigatórias e outras optativas. Foi com base nessa mudança que a professora Elisa abordou o crescimento de educação à distância no país, enfocando as novas plataformas digitais que estão disponíveis na Internet e que podem ajudar muito os profissionais da comunicação, como os podcasts, ferramentas usadas massivamente pelos veículos de comunicação e docentes de EaD.

 

 

Nos últimos meses, o jornalista Roberto Carlos tem feito uma imersão, como dirigente sindical, nos debates acadêmicos com estudantes de Jornalismo da UCS e da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), no sentido de aproximar o sindicato da academia e para discorrer sobre a importância da organização da categoria, por meio da sindicalização e da pré-sindicalização.

 

Fonte: Imprensa/Sindjors