A CUT-RS promove neste final de ano a campanha “Natal da Solidariedade – Por comida no prato, em defesa da vida”, com entrega de alimentos em vários bairros da periferia de Porto Alegre. A previsão é de que cerca de três mil pessoas sejam beneficiadas.

 

A campanha está sendo organizada, através do pelo projeto CUT com a Comunidade, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Comitê Gaúcho de Combate à Fome da Lomba do Pinheiro e Nós por Nós Comunidade, com o apoio de vários sindicatos.

 

Neste sábado (18) e domingo (19), as ações acontecem em seis territórios. Na Cruzeiro, Lomba do Pinheiro, Restinga e Morro da Cruz serão entregues marmitas através de 12 cozinhas comunitárias. Na Farrapos e Mário Quintana haverá distribuição de cachorro-quente e suco para as crianças.

 

Também nesta sexta-feira (17) ocorre a tradicional entrega de cestas básicas de alimentos da Agricultura Familiar. Desta vez, 100 famílias serão beneficiadas pelas doações nos bairros Planalto, Humaitá, Restinga, Cruzeiro, Glória, Lomba do Pinheiro e Partenon.

 

Trabalhadores e trabalhadoras de galpões de reciclagem serão igualmente atendidos. Além das cestas, haverá entrega do kit higiene com sabonete, creme dental e absorvente, na busca de garantir dignidade menstrual às mulheres em situação de vulnerabilidade social.

 

Na próxima quarta-feira (22) e na quinta-feira (23) serão doadas 480 cestas básicas para ampliar o número de pessoas atendidas por ocasião do Natal e Ano Novo. As famílias vulneráveis receberão ainda um vale para auxiliar na compra de um botijão de gás de cozinha.

 

Todas essas ações visam levar dignidade para mais pessoas neste final de ano diante do crescimento da fome, do desemprego e da miséria por conta da falta de políticas públicas de emprego, renda e assistência social dos governos de plantão para combater a crise econômica e a pandemia.

 

 

Oportunidade de dialogar

Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, a campanha visa possibilitar o debate com a população. “Dias de fazer comida em torno de uma panela, numa cozinha comunitária, para a gente dialogar, não só acerca do tema da fome, que é importante, mas do quanto nós precisamos de um país justo e solidário. Precisamos de um país com menos desigualdade e pobreza. Existe tanta riqueza na mão de tão pouca gente”, destaca.

 

Haverá também a distribuição de um panfleto. O material denuncia o aumento dos preços da comida, dos combustíveis e do gás de cozinha, criticando as políticas ineficazes dos governos federal, estadual e municipal, que têm causado desemprego e falta de renda para comprar alimentos.

 

Clique aqui para acessar o panfleto

 

Segundo Amarildo, a época das festividades de final de ano é um período importante na vida das pessoas. “Não tem momento melhor, como o Natal e o Ano Novo, para a gente denunciar os problemas que a gente vive, agravados por governos irresponsáveis que não têm compromisso nenhum com o povo e com o país. É momento de denunciar, mas também é momento de anunciar que nós não desistiremos, que nós somos resistência, que nós somos coragem, nós somos esperança e que nós vamos reconstruir esse Brasil para os brasileiros”, ressalta.

 

 

Povo cuidando do povo

Desde o início da pandemia, há quase dois anos, foram os sindicatos junto com os movimentos sociais e comunitários que arrecadaram e doaram alimentos para combater a fome e a miséria de milhares de famílias vulneráveis. Toneladas de comida já foram distribuídas, mostrando que através da solidariedade é possível colocar comida no prato e na mesa dos brasileiros. As ações de final de ano também trazem a reflexão sobre quem esteve e está comprometido com a classe trabalhadora.

 

“São dias de celebrar a vida e a luta. De querer trabalho, renda, saúde, educação de qualidade para todas as pessoas. Por isso, queremos celebrar a vida e a luta contra a fome, contra a miséria, contra o desemprego e contra a acumulação de riqueza na mão de poucos. Vamos celebrar a nossa vida, o nosso futuro e a nossa esperança, porque acreditamos que um novo Brasil e um novo Rio Grande do Sul são possíveis”, enfatizou.

 

 

Projeto CUT com a Comunidade

O projeto CUT com a Comunidade foi construído ao longo da pandemia e acontece em parceria com a Adufrgs Sindical, Sinpro-RS, SindBancários de Porto Alegre, Sindisaúde-RS, Sinttel-RS, Fetrafi-RS, Stimepa, Semapi-RS, Sindiserf-RS, SindBancários do Vale do Paranhana e Sindipolo, com apoio da Cresol.

 

A iniciativa é guiada por um tripé: a luta por direitos da classe trabalhadora, a solidariedade através das doações de alimentos e a comunicação para fazer o debate sobre como funciona a sociedade e por que temos essas desigualdades. Além das cestas básicas, tem sido apoiadas as cozinhas comunitárias. Milhares de famílias vulneráveis já foram atendidas na periferia da capital gaúcha.

 

“A gente tem feito esse trabalho articulado com as lideranças que estão nas comunidades. É assim que temos que fazer. Juntar o povo trabalhador desempregado, intermitente, autônomo, precarizado. Juntar toda essa massa de trabalhadores. Temos que estar unificados para lutar por uma vida digna. Juntos somos a maioria e queremos um Brasil para o povo”, defende Amarildo.

 

“Em 2022 vamos dar continuidade a esse projeto, que tem obtido tanto êxito nesses quase dois de experiência”, conclui o presidente da CUT-RS.

 

 

Fotos: Carolina Lima / CUT-RS – Fonte: CUT-RS