A CUT-RS, centrais sindicais, CPERS e sindicatos estarão na manhã desta terça-feira (9), a partir das 9h, na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, para protestar contra o descaso do governo Eduardo Leite (PSDB) com os trabalhadores e os servidores públicos do Rio Grande do Sul.

 

Haverá manifestações pelo reajuste de 10,3% do salário mínimo regional e por reposição salarial dos educadores, manutenção dos protocolos de segurança nas escolas e o fim dos descontos nos contracheques. Além disso, será lançada a Frente dos Trabalhadores Celetistas das Fundações Estaduais do RS, que estão há mais de dois anos sem reajuste salarial.

 

Piso regional

As centrais irão levantar a voz contra o projeto do governador que prevê um reajuste de apenas 2,73% para o mínimo regional, que está congelado desde 1º de fevereiro de 2019. O percentual representa somente a metade da inflação do ano passado. O reajuste reivindicado de 10,3% repõe o INPC de 2019 e 2020.

 

O parecer “favorável com emenda” de reajuste de 10,3% para o chamado piso regional, protocolado no 25 de outubro pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), está na pauta da reunião desta terça-feira, às 9h, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Assembleia Legislativa.

 

 

O secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antônio Güntzel, destaca que “o relatório de Mainardi está em sintonia com a reivindicação das centrais sindicais, que prevê reajuste de 10,3% para repor a inflação dos últimos dois anos”.

 

Segundo ele, “o mínimo regional beneficia cerca de 1,5 milhão de gaúchos e gaúchas que recebem os menores salários no Estado, injetando dinheiro no consumo, ajudando o comércio e a indústria, e aumentando a arrecadação de impostos. Todos sairão ganhando”.

 

O dirigente sindical ressalta que, conforme análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os estados de Santa Catarina e Paraná, que também possuem piso regional, concederam reajustes em 2020 e 2021, de forma cumulativa, em 10,62% e 12,29%, respectivamente, e têm menores taxas de desemprego que o Rio Grande do Sul.

 

“Foi isso também que comprovou o Prêmio Nobel de Economia de 2021, o canadense David Card. O aumento do salário mínimo não fecha postos de trabalho, ao contrário das chantagens feitas todos os anos pelas federações empresariais sob o comando da Fecomércio”, frisa Antônio.

 

Além de Mainardi, integram a CCJ os deputados Tiago Simon (MDB), Pepe Vargas (PT), Juliana Brizola (PDT), Elton Weber (PSB), Vilmar Zanchin (MDB), Sérgio Turra (PP), Mateus Wesp (PSDB), Frederico Antunes (PP), Elizandro Sabino (PTB), Tenente-Coronel Zucco (PSL) e Sergio Peres (Republicanos).

 

Educadores

Os educadores exigem reposição de 47,82%, manutenção dos protocolos de segurança nas escolas e o fim dos descontos nos contracheques.

 

A concentração será às 9h, em frente ao Instituto de Educação General Flores da Cunha (Osvaldo Aranha, 527), donde a categoria seguirá em caminhada até o Palácio Piratini.

 

 

São sete anos sem nenhum centavo de reajuste, deixando os educadores em situação de miserabilidade. Como se não bastasse, o governador segue realizando incontáveis descontos nos contracheques.

 

“Faremos uma forte pressão para que o governo reserve recursos para pagar nosso reajuste. Também vamos deixar claro que não aceitaremos mais descontos em nossos contracheques. O governo ameaça novamente meter a mão em nossos salários, que já estão esvaziados”, destaca a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.

 

Ainda em outubro, o CPERS protocolou junto à Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa uma proposta de emenda ao texto da Lei Orçamentária Anual (LOA), enviado pelo governador.

 

A emenda busca inserir a recomposição salarial de 47,82% para os servidores ativos, inativos e pensionistas vinculados à rede estadual de ensino, na previsão orçamentária de 2022.

 

Nesta semana deve ser entregue o parecer do relator da LOA à Comissão de Finanças da Assembleia.

 

Quanto ao retorno obrigatório das aulas presenciais, que ocorre a partir desta segunda-feira (8), o sindicato exigirá estrutura adequada nas escolas, número suficiente de funcionários e EPIs para cumprir os protocolos sanitários.

 

Trabalhadores celetistas das fundações estaduais

 

Os sindicatos, que representam os trabalhadores celetistas das fundações estaduais, lançarão uma frente de luta diante da “insensibilidade do governo do Estado que, por mais de dois anos não aplica e tampouco negocia o reajuste salarial das categorias”.

 

Leia a carta aberta à sociedade gaúcha!

 

 

Fonte: CUT-RS com CPERS Sindicato