A primeira reunião da mesa de negociações da Convenção Coletiva de Trabalho 2024/2025 aconteceu nesta quinta-feira (26), de forma virtual, reunindo o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas no Estado do Rio Grande do Sul (SindiJoRe) e o Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul (SindiRádio).

 

Na abertura do encontro, a presidenta do SindJoRS, Laura Santos Rocha, expôs as razões pelas quais a entidade embasou a proposta apresentada aos sindictos patronais, que é de reposição mais aumento real, totalizando 9%, além da manutenção de direitos já conquistados e atenção a cláusulas de grande importância, como saúde mental e assédio e aquelas que protegem as mães, em especial, as mães atípicas.

 

“Passados quatro meses da maior catástrofe climática do Brasil, que assolou a sociedade gaúcha, nós jornalistas reafirmamos a importância do trabalho das e dos profissionais de comunicação, que foi fundamental na cobertura realizada, nesta tragédia. Com nossa atuação consciente, responsável e ética, contamos as histórias de vida de toda uma população, retratamos os acontecimentos nas cidades e em todo o Estado, prestamos informações de utilidade pública essenciais para as pessoas, enfrentamos situações de risco na busca da informação tão necessária para a sociedade, investigamos situações e cobramos das autoridades, em todos os níveis, respostas e soluções; enfim, realizamos nosso trabalho com qualidade e profissionalismo, mesmo que muitos de nós, jornalistas, tenhamos sido afetados diretamente pela catástrofe e, como muitos, perdemos nossos lares e locais de trabalho. Nestes quatro meses, mais uma vez, foi possível comprovar a importância crucial do trabalho da e do jornalista e seu real papel para a sociedade. Por isso, esperamos que estes profissionais sejam reconhecidos e valorizados pelas empresas de comunicação e pela sociedade civil em geral. E que, como os demais trabalhadores, possam ter dignidade econômica, com salários justos e condições de trabalho dignas, com o reconhecimento da importância do papel que exercem nas sociedades democráticas”, reafirmou a presidenta do SindJoRS.

 

Os sindicatos patronais se manifestaram por meio dos assessores jurídicos do SindiRádio, Guilherme Guimarães; e do SindJoRe, Ari dos Santos. A proposta patronal foi a reposição da inflação (3,34%) integral, porém, sem o valor retroativo à data-base da categoria, que é o mês de junho, e sem aumento real. É importante lembrar que, em 06 de junho de 2024, em razão da enchente histórica no Estado, o presidente Lula anunciou a edição de medida provisória que, dentre outras garantias aos trabalhadores atingidos pela catástrofe, prorrogou por 90 dias as convenções coletivas de trabalho, sem prejuízo a cada data-base. Também salientar que a diretoria do SindJoRS Gestão 2022/2025 já estava, em abril desse ano, com a pauta pronta para poder discutir, em tempo hábil, com os sindicatos patronais, avanços para toda a categoria. Após o período crítico das enchentes, o SindJoRS entregou a proposta da categoria, aprovada por unanimidade em Assembleia Geral, que é de reposição de 3,34% + 5,66% de aumento real, totalizando 9%, com pagamento retroativo à data-base da categoria (1º de junho).

 

É importante compreender que, nos últimos 13 anos, somente na convenção de 2023/2024, após pedido de mediação, no Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região (TRT4), o SindJoRS conseguiu aumento real de 0,06%. São 13 anos sem reposição das perdas salariais de jornalistas. A próxima reunião entre os sindicatos será na próxima sexta-feira, 04 de outubro, às 11h, on-line.

 

Participaram, além da presidenta Laura; a 1ª vice-presidenta, Carla Seabra; o 2º vice-presidente, Pedro Dreher; a 1ª secretária, Viviane Finkielsztejn; e a diretora Mônica Cabañas, bem como o assessor jurídico do SindJoRS, Antonio Carlos Porto Jr.

 

Texto: Carla Seabra/Diretora SindJoRS