Os jornalistas presentes à Assembleia Geral do SINDJORS, neste sábado, às 10h30, na sede do Sindicato, aprovaram a contraproposta apresentada pelos representantes das empresas empregadoras. A votação aconteceu logo após as manifestações do presidente, Milton Simas Júnior, e do advogado da entidade, Antônio Carlos Porto Júnior.

 

Simas explicou que a reunião foi tensa, com novidades na composição da mesa, e que a proposta inicial dos patrões era de um reajuste somente de 4% (o INCP do período foi de 4,78%). De imediato, a oferta foi recusada, já que os representantes dos jornalistas haviam proposto o INPC mais 5% (2,5% de aumento real e 2,5% de perdas salariais).

 

Diante das dificuldades em negociar, a patronal fez uma contraoferta: o INPC total, sem aumento real, nem reposição de perdas, e com a retirada de direitos adquiridos na Convenção, propondo, entre outros, a exclusão do delegado sindical, intervalos de até quatro horas, fim da cota de solidariedade e da rescisão de contrato ser feito no Sindicato para os associados. O SINDJORS não aceitou a perda de direitos, adquirido a duras penas, pelos jornalistas, nos últimos anos de negociação. E, se assim fosse, não haveria acordo. Foi quando a patronal ofereceu reposição do INPC (4,78%), sendo 2,39% para junho e 2,39% para dezembro, para quem ganha até R$ 3 mil; e para vencimentos acima, 4,3% (90% INPC), com pagamentos de 2,15% em junho e 2,15% em dezembro.

 

Antônio Carlos Porto Jr. explicou que vivemos um momento singular na história, tanto no cenário internacional, quanto no Brasil, onde os direitos trabalhistas são atacados de uma forma sem precedentes. E que a economia vive a mais profunda recessão. Ele salientou aos jornalistas presentes na assembleia, que o propósito maior era “nenhum direito a menos” para a negociação deste ano, já que o futuro é de muita incerteza. E que a patronal deixou muito clara a sua estratégia: ou o INPC total e a retirada dos direitos já adquiridos, ou a proposta de reajuste ofertada, mantendo os direitos. Depois dos debates, foi aprovada por unanimidade a proposta de reposição.

 

De acordo com Porto, “precisamos manter nossos direitos e, diante da crise econômica nacional, é uma proposta bastante razoável, perto do que temos visto acontecer com outros sindicatos”. Para Simas, o importante “é mantermos um diálogo com a categoria, que poderia estar com maior representação numérica, na assembleia, mas que, de forma democrática, os que ali estavam tomaram uma decisão”. E reafirmou que os direitos já adquiridos não serão retirados.

 

A patronal será informada da decisão da assembleia e o acordo assinado nos próximos dias.

 

Fonte: SINDJORS