Colegas jornalistas, radialistas e gráficos: a cada eleição sempre acompanhamos campanhas ressaltando a importância do voto e, mesmo assim, o número de pessoas que não comparecem, que optam votar em branco ou nulo só aumenta. Mas, afinal, o que isso significa de fato na vida de cada um de nós? Sim: devemos ter consciência do que cada um viveu, da forma que cada categoria profissional foi tratada, das relações patrão x empregado, da diferença de salários entre homens e mulheres, e das mais variadas formas de discriminação que vivenciamos para ter a responsabilidade em depositar nosso voto em quem vai realmente fazer a diferença na vida das(os) trabalhadoras(es).

 

Nós, que lidamos no nosso exercício profissional com a informação de fato e com o combate às fake news desde a última eleição, há quatro anos, temos sido humilhados e perseguidos. As mulheres, em especial, sendo elas jornalistas, radialistas ou gráficas foram extremamente desqualificadas e constrangidas pelo simples fato de estarem exercendo uma profissão que, para parte da sociedade, deveria ser apenas composta por homens.

 

Ainda no primeiro turno das eleições, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) encaminhou aos candidatos e candidatas à Presidência da República uma plataforma para as eleições de 2022. Denominado “Oito Pautas Prioritárias das e dos Jornalistas Brasileiros”, o documento destacou as principais demandas debatidas e aprovadas nos últimos congressos nacionais da entidade, além de propostas históricas da categoria, com o objetivo das candidaturas firmarem compromisso público com a defesa do jornalismo, dos jornalistas e da democracia.

 

Percebemos que são lutas em comum de quem está atuando em empresas de comunicações e, por isto, precisamos discutir o fortalecimento de nossas profissões nestas áreas que são tão fortemente atacadas. E buscar ainda, juntos, a valorização monetária pelo nosso trabalho e o combate à precarização dos meios de produção.

 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS – Sindjors, o Sindicato dos Radialistas e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Porto Alegre – STIGPOA somam-se mais uma vez para dizer: não podemos nos calar neste momento em que buscamos o debate sobre a necessidade de revogação das contrarreformas aprovadas nos últimos governos, que foram prejudiciais à classe trabalhadora e à população vulnerável, a exemplo da reforma trabalhista e da Emenda Constitucional 95, que congelou os investimentos públicos.

 

Nós, enquanto Sindicatos que trabalhamos com um bem tão precioso que é a informação, não podemos deixar que o discurso do ódio paute nossas redações e as nossas vidas. Acreditamos que a dignidade do exercício profissional é fundamental e que o ambiente saudável de trabalho e a justa remuneração é o que nos mobiliza. Por isso, no dia 30 de outubro, é importante definir quem vai comandar o país nos próximos quatro anos. Precisamos ter vez e voz, garantia de emprego, de fortalecimento do sistema de saúde e, principalmente, dignidade sem discriminação de cor, de credo ou de sexo. E é por isso que defendemos, para este segundo turno das eleições presidenciais, o voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porque entendemos ser o candidato mais qualificado para lutar contra a exploração, a iniquidade, a barbárie e o retrocesso em que vivemos.

 

Francisco Lázaro Peixoto da Silva – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Porto Alegre – STIGPOA

 

Laura Santos Rocha – Presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS – Sindjors

 

Ricardo Malheiros – Presidente do Sindicato dos Radialistas RS

 

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