Com mais de 50 anos de atuação ininterrupta na imprensa brasileira, o fotojornalista Antonio Carlos Mafalda foi convidado, no final do ano passado, a compor o time de jurados do concurso de fotografias “El Río Uruguay revelado por las lentes”. O evento faz parte das ações desenvolvidas pelo Fórum de Conservação e Uso Racional do Rio Uruguai e Aquífero Guarani ligado à União dos Parlamentares do Mercosul. Trata-se do primeiro concurso promovido pelos três países – Argentina, Uruguai e Brasil – e os encontros virtuais entre os organizadores e os jurados iniciaram em 15 de janeiro passado.

 

Natural do Rio Grande do Sul e radicado em Santa Catarina desde 1988, Mafalda trabalhava na Folha de São Paulo quando, em 1984, transformou-se no primeiro fotógrafo brasileiro a vencer o 6º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos na categoria fotografia. Publicada pelo jornal Zero Hora no ano anterior, a foto premiada mostrava o reencontro da professora uruguaia, feminista e ativista política Lilian Celiberti com a filha, Francesca, na saída do presídio de Punta Rieles, na capital uruguaia, depois de vários anos de cativeiro.

 

“Conhecedores de sua competência e referência na sua área de atuação, nos sentimos honrados com sua participação em nosso evento, que pretende selecionar mil fotos do Rio Uruguai para produzir um livro com as melhores fotografias”, destaca o convite aceito por Mafalda.

 

Criado na região missioneira gaúcha o fotojornalista está plenamente sintonizado com o principal objetivo do concurso que é o de “sensibilizar a população para conhecer aspectos do patrimônio natural e cultural do Rio Uruguai, por meio de perspectivas diferentes e criativas” com vistas “à divulgação das belas e representativas paisagens” com o intuito de fortalecer a proteção, o cuidado e a identidade com suas águas.

 

Como idealizador da agência Mafalda Press, nas duas últimas décadas ele vem produzido amplo material fotográfico sobre o meio ambiente catarinense. As imagens estão presentes em vários livros já publicados referentes às unidades de conservação de Santa Catarina, aos aquíferos Guarani e Serra Geral, à serra catarinense, entre vários. Atualmente, dedica-se a um projeto relacionado à produção de mel e ao papel exercido pelas abelhas na sustentabilidade ambiental.

 

Texto: Imara Stallbaum