Na sexta-feira (04), em formato on-line, aconteceu a segunda rodada de negociações da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de Jornalistas 2024/2025. Depois de receber uma proposta inicial de reposição do INPC – sem aumento real – e renúncia da incidência na data-base (1º de junho), por parte dos sindicatos patronais, a diretoria do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) deixou confirmado que não abre mão do pagamento retroativo.

 

A reunião foi aberta pela presidenta, Laura Santos Rocha, que, mais uma vez, reforçou aos representantes das empresas sobre a necessidade de valorização das e dos trabalhadoras(es) jornalistas. Lembrou que, há não muito tempo, as redações tinham até três vezes mais profissionais para realizar o trabalho que, hoje, é feito com a mesma qualidade, mas por um contingente bastante reduzido. Mencionou, ainda, que esse trabalho dedicado das e dos colegas se reflete na manutenção de anunciantes, para os veículos, na qualidade da produção e, em especial, na credibilidade das empresas, um valor que não é possível medir e o que há de mais caro para qualquer veículo. “Essas e esses poucos jornalistas que ficaram merecem reconhecimento e valorização e seria irresponsável de nossa parte não levar isso em consideração”, salientou a presidenta Laura.

 

Em seguida, houve a manifestação dos representantes dos sindicatos patronais (SindiJoRe e SindiRádio) a respeito da contraproposta do SindJoRS, que foi de 5% de aumento (reposição do INPC e aumento real), sem renunciar à data-base da categoria, que é 1º de junho. Houve uma redução de 4% em relação à pedida inicial. Ficou claro que a entidade representante das e dos jornalistas quer manter a incidência do reajuste na data-base da categoria. É importante reafirmar que a diretoria, com apoio de colegas, que votaram unanimemente em Assembleia, conseguiu manter os direitos já conquistados em convenções anteriores, seguindo a premissa de “nenhum direito a menos”.

 

Após a cobertura da enchente histórica de maio, com profissionais atingidos e, ainda assim, trabalhando de forma improvisada para manter a qualidade da informação dos veículos para os quais prestam serviço, é indiscutível que se busque uma valorização profissional financeira, já que, ano após ano, houve grande perda do poder de compra, com renúncia a aumentos reais, compreendendo a situação patronal, especialmente durante e logo após a pandemia da Covid-19. É hora de os empregadores fazerem a sua parte, esforçando-se para atender às reivindicações apresentadas pelo SindJoRS, valorizando suas trabalhadoras e seus trabalhadores.

 

A reunião teve curta duração, uma vez que os sindicatos patronais manifestaram a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da contraproposta do SindJoRS. Um próximo encontro está marcado para a sexta-feira, dia 11, às 11h, quando se deseja encerrar a negociação com um resultado positivo para as e os jornalistas.

 

GT de Negociação do SindJoRS considerou importante os avanços nessa segunda rodada de negociação com os sindicatos patronais

 

Texto: Carla Seabra/Diretoria SindJoRS