O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) lamenta o falecimento do jornalista e advogado Hélio Costa Nogueira da Gama Filho, aos 80 anos, na última terça-feira, 27, que foi um exemplo para muitos pela dedicação em ajudar as pessoas e em lutar para a realização de seus sonhos. Apesar de não ter cursado faculdade de jornalismo, Hélio Gama, como era conhecido, obteve o registro profissional depois de anos de experiência e foi uma referência para muitos profissionais. O colega estava internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Hélio Gama deixou o irmão, Geraldo, a esposa, Silvia Regina, os filhos Hélio, Inês e Gabriel, e os netos Thiago, João, Matheus, Lucas e Francisco.
Natural de Porto Alegre, Hélio Gama começou sua trajetória no jornal Zero Hora, em 1964, em pleno período de ditadura militar brasileira. Fez parte da redação do início da revista Veja, em São Paulo, e voltou a trabalhar em sua terra natal, anos depois, quando foi convidado para dirigir a Gazeta Mercantil Regional Sul. Atuou na revista Expansão, em algumas agências de publicidade e em outras empresas. Hélio Gama foi um dos responsáveis por criar o Diário do Sul e o jornal Folha do Sul, foi secretário de comunicação do governo Simon, trabalhou como editor da IstoÉ e do jornal O Estado de S. Paulo, ajudou a reformular o Jornal do Comércio e, ainda, adquiriu o jornal Oi Menino Deus, que circulou por quase 20 anos na Capital, e foi sócio atuante do Coojornal. Na TV Assembleia do RS, apresentou o programa “Democracia”.
Reproduzimos, abaixo, algumas manifestações de comunicadores que colocaram em seus perfis das redes sociais homenagens para Hélio Costa Nogueira da Gama Filho e sua família. Prestamos, assim, a nossa homenagem e solidariedade para a família nesse momento. O jornalista Renato Dalto escreveu em sua página do Facebook: “INFINITAMENTE – Teu riso que se abre, teu brilho no olhar que mira à frente te retratam bem nessa imagem de despedida, querido Helio Gama. Integro a legião dos que tem contigo uma dívida imensurável. Dívida de amor, generosidade, esperança, acolhimento e, sobretudo, essa insistente crença que, no final, tudo vai dar certo. Às vezes me pego repetindo, como um mantra, uma frase que dizias entre um sorriso generoso e um olhar obstinadamente crente na vida e no ser humano: “Pense grande”. Quem te conhece te ama. Aqui no campo os araçás dão frutos mas hoje tudo está mais triste com tua partida. Fica esse amor que semeaste. E que colherás, infinitamente, onde estiveres. Te amo.”
Já Paulo De Tarso Riccordi, também em sua página pessoal, registrou: “Perdemos hoje um dos gigantes do jornalismo, Hélio Gama Filho. Foi o criador do extraordinário Diário do Sul, diretor da sucursal da Gazeta Mercantil e da IstoÉ no RS. Gentil, bem humorado, leal, lúcido, inspirador. Solidariedade à família e aplausos a esse colega e líder querido.” Vera Spolidoro, representante da Comissão Estadual de Ética do SindJoRS, colocou em sua página: “Helio Gama Neto, meu abraço solidário. O Hélio não será esquecido.”
O filho, Helio Gama Neto, jornalista, fez uma bela homenagem para seu pai também nas redes sociais. “Falar sobre o meu pai é, antes de tudo, mergulhar em algumas das mais importantes virtudes da humanidade, ainda que ele não seja perfeito. É também muito difícil falar sobre o Helio Gama após comentários tão verdadeiros e amorosos de grandes amigos, como o Renato Dalto, o Mario de Santi, o Carlinhos Müller e o Delmo Moreira. Vale muito saber o que eles disseram, assim como as palavras da minha irmã, Inês Nogueira da Gama e da minha prima, a Patrícia Gama. Falar do pai é falar sobre sonhos. O pai sonha muito, desde pequeno, sempre foi assim. Mas ele não sonha sozinho. Em todas as suas corajosas aventuras está acompanhado de uma legião de queridas almas empolgadas e tão generosas quanto ele. Foi assim quando ele entrou para a militância estudantil, no começo da adolescência, junto com o Benicio Schmidt e outros. “Naquela época, a gente começou a pensar e agir em função das necessidades das outras pessoas”, diz o pai. No fim dos anos 1960, em plena ditadura militar, depois de ter sido preso duas vezes e estar proibido de trabalhar no Rio Grande do Sul, teve de se exilar em São Paulo ao lado da minha mãe, Silvia Gama e de duas crianças pequenas, minha irmã e eu. Ali o pai passou a fazer jornalismo, participando da primeira redação da revista Veja e de outras publicações, acompanhado de amigos como o querido Alexandre Machado. Desde então, o pai integrou projetos de grandes editoras (Gazeta Mercantil, O Estado de S.Paulo, entre outros) e iniciativas inovadoras, como o Diário do Sul e a reforma do Jornal do Comércio. Em 1988, o pai e a mãe entraram numa aventura diferente: a paternidade e a maternidade após vinte anos do nascimento do segundo filho. Ganhamos então a maravilha de conviver com o Gabriel Gama, que herdou a criatividade e a generosidade do pai. O pai também dividiu sonhos, desde muito pequeno, com meu tio, Geraldo Gama, e a amizade deles é inspiradora. O pai estará sempre entre nós.”
Texto: Laura Santos Rocha/Diretoria SindJoRS