CUT – O projeto Brigadas Digitais da CUT foi lançado na manhã desta quarta-feira (23), durante encontro virtual do Coletivo Nacional de Comunicação da Central. Os dirigentes reforçaram durante a transmissão que o projeto é um instrumento de organização da sociedade e dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil, que vão atuar nas redes sociais para disseminar informação de qualidade – fatos reais – sobretudo via WhatsApp, sobre temas importantes e que se referem à vida cada cidadão.
O objetivo, destacaram, é fortalecer a democracia combatendo um dos piores males surgidos nos últimos tempos, as fake news, que espalham mentiras, ódio e intolerância, que podem destruir democracias e levar o extremismo de direita ao poder.
“Estamos trabalhando valores para a classe trabalhadora”, afirmou o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
As Brigadas Digitais vão atuar junto com os Comitês de Luta em defesa da Classe Trabalhadora, lançados em 22 de fevereiro, para mobilizar a sociedade na construção de um país melhor e mais justo, tendo como referência a conscientização sobre o que está acontecendo no Brasil – a inflação, a fome, o desemprego – e a solidariedade, disse o dirigente.
“Não tenho a menor dúvida de que tanto os Comitês como as Brigadas Digitais vão fazer a diferença na superação da conjuntura que vivemos. Será uma grande contribuição da CUT para a luta da classe trabalhadora, para derrotar o Bolsonaro e reconstruir o Brasil. Tenho fé nisso”, afirmou Sérgio Nobre.
Para o presidente da CUT, o desafio imediato é usar desde já os dois mecanismos para apoiar a população e combater a crise social vivida pelo país. “Todos sabem. É só sair na rua para ver o tamanho da crise que vivemos, mais de um terço do povo desempregado, tem o desalento, 20 milhões de trabalhadores que andam a pé e não conseguem pagar passagem de ônibus, o povo passando fome e pedindo comida na rua. É uma situação de desespero e o mais triste é que a população está perdendo a esperança”, disse Sérgio Nobre.
As “tragédias”, disse o dirigente, também trazem oportunidades de luta. E a CUT se aproxima ainda mais da sociedade, por meio das Brigadas e dos Comitês, para dialogar sobre o que está acontecendo no país.
“As grandes vitórias que o movimento sindical construiu ao longo da história, foi quando teve apoio popular, da sociedade, que compreendeu a pauta e veio junto conosco.” Sérgio Nobre.
“É importante que os comitês sejam criados nos locais de trabalho para que a gente possa dizer para o povo que o desemprego e a fome vão chegar nele”, complementou o presidente da CUT. De acordo com ele, os comitês também serão pontos de arrecadação de alimentos e mantimentos a serem distribuídos a quem mais precisa.
Além dos locais de trabalho, outros espaços da sociedade também serão base dos comitês, como escolas, igrejas, associações etc.
Futuro do país nas mãos da classe trabalhadora
Ao comentar um encontro que teve com representantes das indústrias, em que entidades como a Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp) expressou preocupação com a condução da economia pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) que vem fazendo com que o volume de importações seja equivalente a 50% da produção nacional, Sérgio Nobre afirmou que é importante ‘mostrar ao povo’ o estrago que o chamado livre mercado faz aos trabalhadores, gerando desemprego.
E este é apenas um dos fatores que se pode apontar como consequência das ações de Bolsonaro e que precisam ser explicitados ao povo brasileiro. “Temos de fazer de forma criativa e esse é desafio das Brigadas Digitais e Comitês de Luta”.
Para Sérgio Nobre, é preciso trabalhar os valores na sociedade brasileira, reforçar a solidariedade e enfrentar os pilares de ódio e individualismo, centros do bolsonarismo.
“Nós somos o contrário. Se quisermos reconstruir o Brasil, não tem outro caminho, é a solidariedade, companheirismo e luta, por isso é importante lutar coletivamente”, disse Sérgio Nobre, que explicou que isso também vai preparar os trabalhadores para as eleições de outubro.
“Agosto começa a campanha e o a sociedade precisa entender o que está em disputa. Vai ser um plebiscito entre o boslonarismo e nós e o povo precisa saber o que representamos. Estamos vendo a tragédia de 650 mil mortos, desemprego, fome e temos que mostrar que o país já foi outro, com inclusão social, pleno emprego e maior rede de proteção social do mundo. E eles destruíram tudo.” Sérgio Nobre.
“As eleições serão duríssimas, não estão ganhas e o resultado vai dizer o que vai ser do país nos próximos 20 anos e não podemos nem imaginar uma figura como Bolsonaro assumindo em 2022 com a força do voto”, concluiu o presidente da CUT.
Em ação
As primeiras campanhas, frutos do projeto Brigadas Digitais, foram apresentadas pelo secretário nacional de Comunicação da CUT, Roni Barbosa. Após explicar o mecanismo de como cada participante das Brigadas atuará, Roni mostrou as primeiras ‘peças’ – materiais com a finalidade de informar a população sobre o país que ‘queremos construir’.
“Iniciamos o projeto no ano passado, com a etapa de formação de formadores e brigadista e estamos na fase da organização da comunicação desde o ano passado. Agora, a etapa de lançamento é justamente o desafio de disputarmos as redes, as mentes e os corações da sociedade, por meio de toda a nossa militância”, disse o dirigente.
O objetivo, segundo ele, é “grande e audacioso”. O projeto pretender formou cerca de 1.300 pessoas no passado e ao longo deste ano, a meta é chegar a cinco mil organizadores de brigadas. Cada brigada deverá ter mais dez brigadistas, formando um grande time pelo Brasil a fim de compartilhar essas informações e ideias – tanto sobre a culpa da realidade caótica que vivemos como esperança por um país melhor.
Formação
A secretária nacional de Formação da CUT, Rosane Bertotti, destacou as características principais do projeto. Ao lembrar que as Brigadas tiveram início no ano passado com os mutirões de formação – o momento de arregaçar as mangas e dar início às Brigadas – a dirigente explicou que o processo é “formativo, organizativo, de mobilização, e de comunicação”.
“Essas quatro ações do projeto são fundamentais para pensar o mundo do trabalho. Somos uma central sindical e o mundo do trabalho é fio condutor de nossas ações”, disse a dirigente.
Para contextualizar, Rosane lembrou que o país vive um ano crucial e as eleições representam a decisão sobre o futuro de nossa sociedade.
“Estamos vivendo o ano de nossas vidas e temos um ápice nesse processo de enfrentamento – as eleições, que vão exigir uma estratégia diferente de organização da classe trabalhadora e é isso o que a CUT está fazendo”, disse Rosane explicando que a capacidade de luta se dá a partir dos locais de trabalho e na sociedade – premissas fundamentais da CUT desde sua fundação e um dos objetivos das Brigadas.
“Essa luta precisa ser abraçada por cada companheiro da CUT e cada estado, cada ramo precisa estar envolvido nesse processo para fazermos a diferença. A luta será árdua, mas a capacidade de luta e organização das massas fará a vitória acontecer. E depois disso, continuaremos com essa missão”, afirmou Rosane se referindo à continuidade do trabalho após as eleições.
Campanha
Os primeiros textos, roteiros, releases e postagens para subsidiar peças de comunicação já estão disponíveis e tem o caráter de mostrar à sociedade quem são os trabalhadores brasileiros e o que querem. O site brigadasdigitais.com.br, com o conteúdo, já está no ar.
O tema “Somos o Brasil que trabalha” se desdobra em vários aspectos, como “Somos o Brasil que constrói”, “Somos o Brasil que entrega”, “Somos o Brasil que ensina”, entre outros, alusivos às várias profissões.
Na página inicial, um vídeo de cerca de 1’30” dá o tom da campanha:
Além de cards, outros formatos estão disponíveis para compartilhamento como ‘stories’ para o Instagram e figurinhas.
Outra campanha já lançada é o “Brasil que o Brasil quer”, que também traz desdobramentos. A ideia é apresentar o que almeja a sociedade em contraponto com situações que representam retrocessos. Uma das peças, por exemplo, diz “O Brasil quer verdade. Farsa nunca mais”.
O site ainda traz diversos vídeos para serem compartilhados, que tratam não só da história da CUT, mas abordam temas atuais como os preços da gasolina e a atuação de Bolsonaro como o presidente que não trabalha.
Outros conteúdos serão lançados em breve, divididos em editorias dentro do site como “salário” que tratará das condições financeiras dos trabalhadores; “mundo do trabalho”, que abordará direitos e “e eu com isso?” que explicará como temas como as privatizações afetam o dia a dia de cada um de nós.
Coletivo Nacional de Comunicação da CUT
Fonte: André Accarini com edição de Marize Muniz – CUT Brasil