Divino Renato Vieira Fonseca, jornalista de primeira grandeza, faleceu nesta sexta-feira, dia 09 de dezembro, aos 80 anos. Ele foi um dos mais importantes repórteres esportivos e um dos textos mais bonitos, diretos e elegantes do país. Fez sua formação em Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e começou a vida profissional na Folha da Tarde, da Caldas Junior. Na Revista Placar, onde foi exercer seu talento dos anos 1970 até perto dos 90, fez dupla com o fotógrafo esportivo, o também genial J.B. Scalco. De volta a Porto Alegre, trabalhou no extinto Diário do Sul e foi editor de esportes no jornal Zero Hora. No Já Editores, coordenou a produção de uma História Ilustrada de Porto Alegre.

 

Ele trabalhou na Placar na época em que era uma revista muito importante, esperada toda semana pelos leitores. Cobriu as Copas do Mundo de 1974, 1978 e 1986 e vários outros grandes eventos esportivos mundiais.

 

O jornalista Carlos Maranhão, ex-diretor da revista Placar, que conviveu durante anos com Divino, disse que sempre teve uma grande admiração por seu trabalho. “Era um dos melhores jornalistas da revista e também da imprensa esportiva brasileira. Apurava e escrevia muitíssimo bem”. Lembrou que João Rath, gaúcho, também da Placar, batizara a dupla Divino Fonseca e JB Scalco de Dostoievski e Van Gogh dos pampas. “Dostô e Van Gogh”, dizia.

 

Divino nasceu no dia 30 de janeiro de 1943, na Barra do Ribeiro, vizinhança de Porto Alegre. Iria completar os 80 anos em janeiro próximo. Era um grande companheiro, discreto, sóbrio, mas também alegre, afável, de fino senso de humor. Lia muito, gostava de autores norte-americanos e adorava cinema. Não dispensava o chimarrão e por muito tempo, foi fumante de peso.

 

Ultimamente, sofria de fibrose pulmonar e dependia de um tubo de oxigênio, que limitava seu deslocamento. Deixa os filhos Renato, de 51 anos, e Cassio, de 20. Foi fazer gol de placa em outros campos.

 

O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – SindJoRS manifesta pesar pela perda do seu associado, Divino Renato Vieira Fonseca, e oferta condolências e a sua solidariedade aos familiares e à grande legião de amigas e amigos. Em sua postagem, no Facebook, sobre o falecimento, a jornalista Adelia Porto colocou: “Recebi agora a triste notícia do falecimento do querido amigo Divino Fonseca, grande companheiro, grande repórter, grande pessoa. Foi sempre um amigão. Deixa os filhos Renato e Cassio e uma multidão de admiradores do jornalista sério, dono de um dos textos mais precisos e elegantes do jornalismo brasileiro. Estava com 80 anos.” Inúmeros colegas de profissão prestaram também sua homenagem ao colega.

 

Texto: Adelia Porto