O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – SindJoRS e a Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj repudiam os ataques que o jornalista Pedro Nakamura está sofrendo nas redes sociais depois de ter publicado, na Matinal, duas reportagens sobre um evento antivacina promovido na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O seminário reuniu, no dia 3 de agosto, médicos e ativistas ligados ao movimento antivacina na Europa e nos Estados Unidos e foi organizado pela vereadora bolsonarista Fernanda Barth (PL). O evento chegou a ser transmitido pela TV Câmara, que depois retirou o vídeo do ar.
Uma das responsáveis pela perseguição on-line ao repórter é a médica ozonioterapeuta Maria Emilia Gadelha Serra, que lidera campanhas contra a imunização do HPV e oferece terapias de “reversão vacinal” em sua clínica particular. Ela usou o conteúdo do encontro para afirmar, sem evidências, que vacinas de mRNA “não foram testadas em pessoas saudáveis, imunocomprometidas, grávidas, crianças e em mistura de vacinas”.
Depois, em seu perfil no X (antigo Twitter), publicou informações sobre Nakamura na tentativa de atacar sua credibilidade. A jornalista Paula Schmitt, que escreve no Poder360, também atacou o repórter. A partir dessas postagens, seguiram-se novos comentários ofensivos.
O SindJoRS e a Fenaj entendem que todo o cidadão tem o direito de livre manifestação. Porém, não pode admitir que jornalistas que atuam para melhor esclarecer e informar a população se tornem alvos de qualquer grau de intimidação, violência ou do cerceamento ao seu trabalho.
A liberdade de imprensa e a liberdade de expressão são pilares da democracia e o papel dos jornalistas é fundamental para a garantia do Estado Democrático de Direito. É necessário apoio incondicional aos e às profissionais da comunicação, como ao jornalista Pedro Nakamura, para que eles e elas possam cumprir sua função de informar à sociedade, sem correr o risco de serem agredidos verbal, física ou moralmente.
Texto: Viviane Finkielsztejn/Diretoria SindJoRS