O aumento da violência contra jornalistas, no estado do Rio Grande do Sul, preocupa o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj). Menos de 24 horas da nossa publicação (AGRESSÃO NÃO ), onde colegas da nossa categoria foram hostilizados em uma atividade pública, recebemos uma denúncia de outro profissional da comunicação sendo impedido de exercer o seu trabalho. O fato aconteceu na tarde desta quinta-feira, dia 04/07, no Terminal Conceição, em pleno Centro Histórico, em Porto Alegre, na região onde ficam os ônibus intermunicipais.

 

O jornalista Daniel Marimon Boucinha, da Revista Foco POA – @revistafocopoa, estava pegando depoimentos sobre a situação da locomoção da população nos ônibus intermunicipais, onde várias pessoas estavam repassando relatos de atraso, problemas de lotação e como isso reflete na vida de quem usa esse meio de transporte diariamente quando, depois de finalizar uma entrevista, um homem que estava no local ficou irritado pelo ambiente ser filmado. Segundo Daniel, após acabar a gravação, no momento em que ele saia do terminal, o homem que já havia sido hostil durante a produção do vídeo foi até ele gritando. E o que, em um primeiro momento, parecia ser uma intimidação virou violência física. “Fui agredido, levei um soco e chutes, acabei fazendo uma ocorrência policial, exame de corpo de delito e protocolo de praxe. Também entrei em contato com o Sindicato para relatar o ocorrido”, afirmou o jornalista. O colega salienta, também, o problema existente da insegurança na região e lamenta não poder exercer livremente o seu trabalho que tinha como objetivo mostrar as dificuldades que a população enfrenta com o transporte público.

 

Nada justifica a violência nem a hostilidade diante de um profissional no exercício da sua profissão. O SindJoRS e a Fenaj se solidarizam com o colega Daniel Boucinha, da @revistafocopoa, e pedem ao poder público mais segurança tanto para a população que usa os terminais quanto para os jornalistas no exercício da sua profissão para poderem relatar as dificuldades dos usuários do transporte. O aumento do número de violência sugere a necessidade de um policiamento mais efetivo na região para inibir atitudes como essas.

 

As duas entidades sindicais também estão preocupadas com a crescente onda de agressão contra a nossa categoria ainda mais em um ano eleitoral como esse que estamos vivenciando. Precisamos estimular o jornalismo diverso, plural, ético e não podemos banalizar esse tipo de prática. Será o mesmo que estimular esse tipo de atitude e passar o recado que, com violência, podemos resolver questões importantes de nossa sociedade. Uma imprensa livre e responsável é ponto chave para o fortalecimento de nossa democracia. E em um ambiente saudável o diálogo é, e sempre será, a melhor forma de solucionar conflitos.

 

Texto: Viviane Finkielsztejn/Diretoria SindJoRS