O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do RS (SindJoRS) e a Delegacia Regional dos Jornalistas da Cidade do Rio Grande enviaram nesta terça-feira, 28, ofício à Câmara de Vereadores da Cidade do Rio Grande solicitando a retirada de pauta e o arquivamento de Projeto de Lei de autoria da Mesa Diretora que muda os requisitos para o cargo de Assessor de Imprensa.

 

Protocolado na segunda-feira, 27, e com previsão de entrada em pauta em chamada extraordinária já nesta quarta-feira, 29, o projeto libera que profissionais com “curso superior em qualquer área com experiência comprovada na área de comunicação”, possam exercer as atividades de Assessor de Imprensa, ou seja, abrindo espaço para que profissionais de qualquer formação trabalhem no posto.

 

O projeto determina que os profissionais tenham que cumprir as seguintes atribuições: “Pesquisa, recolha, seleção e tratamento de fatos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação informativa pela imprensa, por agenda noticiosa, pelo rádio, televisão, ou por outra forma de difusão eletrônica”, sendo basicamente, a síntese das atividades privativas dos Jornalistas.

 

A presidenta do SindJoRS, Laura Eliane Lagranha Santos Rocha, e o delegado regional dos Jornalistas, André Zenobini, manifestaram que “o projeto coloca em risco o processo de uma Assessoria de Imprensa tendo em vista que profissionais de outras áreas do conhecimento não passaram por disciplinas básicas como Redação Jornalística e Assessoria de Imprensa nos bancos universitários. Ao fragilizar a Assessoria de Imprensa, a Casa Legislativa estará impondo uma possível perda de qualidade nas informações que são geradas para a população. Numa época que necessitamos fortalecer uma comunicação verdadeira, plural e séria, enfraquecer os requisitos para o preenchimento ao cargo colocam a Câmara de Vereadores numa posição de enfraquecer a própria democracia brasileira, ao fragilizar o processo de comunicação”.

 

Outra preocupação do SindJoRS é com o fato de que o projeto determina que esses profissionais sejam supervisores de estagiários na área de comunicação. O SindJoRS entende que supervisores de estágio devem ter conhecimento no curso do aluno para bem orientá-lo, como complementação ao aprendido na universidade. Em outros casos, o estagiário apenas serve como mão de obra barata e de fácil contratação.

 

Por fim, mais uma vez o SindJoRS atua contra o enfraquecimento das atividades privativas de jornalistas e na defesa de postos de trabalho para a categoria. Enfraquecer o jornalismo profissional é um desserviço para a democracia brasileira e um prejuízo para toda a sociedade.

 

Texto: André Zenobini/Diretoria SindJoRS