Na sexta-feira (11), aconteceu o terceiro encontro entre o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas no Estado do Rio Grande do Sul (SindiJoRe) e o Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul (SindiRádio), para a negociação da Convenção Coletiva de Trabalho 2024/2025. A reunião teve momentos de conversas privadas de cada parte interessada, mas ao final, um acordo favorável a patrões e empregados foi firmado.

 

As negociações iniciaram no dia 26 de setembro, quando os sindicatos patronais não aceitaram a proposta do SindJoRS, que foi 3,34% do INPC + 5,66% de aumento real, totalizando 9%, linear (para todas as faixas salariais), com pagamento retroativo à data-base da categoria (1º de junho). Lembre-se que, em razão da catástrofe climática, que atingiu o RS, em maio último, o presidente Lula anunciou, em junho passado, a edição de medida provisória que, dentre outras garantias aos trabalhadores atingidos pela catástrofe, prorrogou por 90 dias as convenções coletivas de trabalho, sem prejuízo às respectivas datas-bases. A contraproposta patronal foi de reposição do INPC (3,34%) – sem aumento real –, linear, mas com renúncia da incidência na data-base (1º de junho), ou seja, sem reposição do valor retroativo a junho. A diretoria do SindJoRS deixou claro que não abriria mão do pagamento retroativo.

 

O segundo encontro aconteceu em 04 de outubro, mais uma vez de forma virtual, e foi bem rápida. O SindJoRS apresentou uma contraproposta, que foi de 5% de aumento (reposição do INPC + 1,46 de aumento real), linear, sem renúncia à data-base da categoria, que é 1º de junho. Houve uma redução de 4% em relação à pedida inicial. Ficou claro que a entidade, representante das e dos jornalistas, queria manter a incidência do reajuste na data-base da categoria. Em relação às cláusulas sociais, todas deveriam ser mantidas, seguindo a premissa de “nenhum direito a menos”. Os sindicatos patronais pediram mais uma semana para avaliar.

 

No encontro da última sexta-feira (11), a patronal ofereceu o INPC (3,34%), linear, e o valor retroativo pago como bônus, em quatro parcelas. A diretoria do SindJoRS contrapropôs 4%, linear, e parcelamento do valor retroativo em duas parcelas, a título de bônus. Foram dois momentos de interrupção para que os sindicatos conversassem com seus representantes, até chegar à oferta final da patronal, que foi de 3,5% de reajuste (3,34 INPC + 0,16% de aumento real) e parcelamento do valor retroativo em três parcelas, a título de bônus. Em sala separada, a diretoria do SindJoRS fez os cálculos e considerou favorável às e aos jornalistas, uma vez que, no bônus, não incidem contribuições, sendo recebido por cada trabalhadora e trabalhador, o valor cheio. E, muito importante, mantendo todas as cláusulas sociais, de direitos e benefícios, com atenção especial àquelas que se referem à saúde mental e aos assédios e as que protegem as mães, principalmente as atípicas.

 

RESULTADO FINAL DO ACORDO

Assim, a partir da folha de outubro, que será paga em novembro, a categoria passa a receber 3,5% de reajuste, linear, deixando o piso da capital em R$ 3.356,09 + bônus de R$ 453,96 (3 x R$ 151,32); e o piso do interior em R$ 2.857,80 + bônus de R$ 386,56 (3 x R$ 128,85). Para quem recebe salário maior que o piso, os 3,5% serão aplicados no vencimento mensal e o bônus será de 10%, também, em três pagamentos.

 

Para a presidenta Laura Santos Rocha foi um bom acordo, ainda que tenha ficado aquém dos 9% da pedida inicial. “Consideramos que, a cada ano – desde a pandemia –, temos conseguido avançar, com percentuais de aumento real e, principalmente, com a manutenção das cláusulas sociais, duramente conquistadas ao longo dos 82 anos do SindJoRS, acrescidas da atenção à saúde mental e do cuidado das empresas para evitarem assédio. Foi um ano atípico, assim como durante a pandemia da Covid-19, pois vivenciamos uma enchente histórica, que devastou o Estado, empresas e trabalhadores. Mas sabemos – e os sindicatos patronais também sabem – que o trabalho dedicado e qualificado de jornalistas permitiu que o drama dos gaúchos alcançasse o mundo e revertesse em ajuda para uma rápida reconstrução”. Sobre as negociações da CCT 2025/2026, o SindJoRS e os sindicatos patronais firmaram acordo para começarem as tratativas o mais breve possível. “Sem nenhum direito a menos e com cada vez mais valorização da nossa categoria”, alerta a presidenta Laura.

 

Texto: Carla Seabra/Diretoria SindJoRS

 

Convenção Coletiva 2024-2025 – Jornais e Revistas