Nazaré de Almeida estava à frente do seu tempo. Considerada uma mulher independente e avançada demais, lutou por diferentes causas e procurava estar sempre conectada para aprender e assimilar da melhor forma possível os novos desafios. Carregava uma bagagem profissional exemplar. E sempre deixou sua marca onde passou. Relatava, como ninguém, situações rotineiras do seu dia a dia que encantavam quem a estava seguindo nas redes sociais. Sempre agradecia, ao final dos textos, escrevia sobre o fato de estar viva e de que estava gostando de suas novas experiências. Nazaré, 74 anos, sindicalizada desde 17 de setembro de 1980, participou da diretoria do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), na gestão de 2004 a 2007, e mesmo não estando na nominata das demais diretorias constantemente estava presente na sede da entidade para trocar ideias, opinar e se fazer presente na luta sindical.
Na sexta-feira, dia 28 de março, ela não resistiu às consequências de uma cirurgia de hérnia umbilical e faleceu. Deixa a filha Djada Wider, residente em Brasília, e que afirmou que a sua mãe foi uma lutadora em todos os sentidos. Também teve outros dois filhos (Cristhian de Almeida Coutinho e Eduardo de Almeida, ambos já falecidos), quatro netos (Serena Coutinho Wider, Isabel Wider de Saboya, Daniel Coutinho Wider, Pablo Eduardo Roza Araujo de Almeida) e três bisnetos (Maria Júlia Wider de Saboya, Ana Clara Wider de Saboya e Davi de Carvalho Wider, este recém-nascido). A diretoria e Comissão Estadual de Ética do SindJoRS presta sua solidariedade a família, colegas, amigas e amigos nesse momento delicado. O velório ocorrerá no Angelus Memorial e Crematório no domingo, dia 30 de março, a partir das 9h, na Av. Porto Alegre, 320, bairro Medianeira, Capela 6. A cerimônia final ocorrerá no mesmo local, às 17h.
Gaúcha de Porto Alegre, Nazaré era formada na Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC (Famecos). Sempre vaidosa, cuidava do corpo e da alma. Militante histórica de esquerda, ela atuou nos principais veículos impressos de Porto Alegre. Trabalhou por muito tempo em assessorias de imprensa como repórter e editora. Passou pela Prefeitura Municipal de Canoas, pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre e pela Prefeitura Municipal de Tramandaí. Trabalhou no Jornal do Comércio, na Zero Hora e no Correio do Povo. Um dos locais em que por mais tempo Nazaré trabalhou foi na Central do Interior da empresa jornalística Caldas Junior. Depois, rumou para assessorias de imprensa, sobretudo em governos do Partido dos Trabalhadores (PT), legenda que apoiava desde a fundação.
“Uma querida se foi… Acabei de saber que Nazaré de Almeida faleceu hoje (28) de tarde. Muito triste… Que ela siga na luz. Meus sentimentos à família e aos amigos. Deixo flores, que ela tanto gostava, em sua homenagem”, colocou em sua postagem Eglê Kohlrausch. José Carlos Torves, Ligia Savio, Yara Marques, Ilze Jensen, Tania Mara Pacheco, entre outras pessoas queridas, também fizeram postagens nas redes sociais com flores e rosas, uma das paixões de Nazaré.
Para a colega Inara Claro: “Nazaré tinha uma personalidade forte e se relacionava com todo mundo em igual condição. Estava em todos os eventos políticos, agindo ativamente. Deixará saudade.” “Se foi minha amiga Nazaré. Vá em paz”, escreveu Dica Sitoni. O jornalista Moisés Mendes completou as homenagens: “Colega parceira e solidária dos bons tempos da Central do Interior da Caldas Júnior “.
Outros depoimentos também foram registrados. “Acabo de saber do falecimento da Nazaré de Almeida. Ainda não acreditando, envio meus sentimentos à família”, desabafou Carla Carretta Kunze. “Convivi com a Nazaré durante muitos anos. Na Famecos, na luta sindical, na política e com a profissional. Sempre foi uma companheira muito dedicada e solidária. Escreveu bem sua história!”, comentou Guaracy Cunha.
“Nazaré Almeida, querida amiga, colega e companheira faleceu hoje. Nazaré foi uma das primeiras mulheres que carregavam os signos da rebeldia que conheci. Me lembro dela jovem hippie na Praça Dom Feliciano quando cheguei em Porto Alegre no início dos anos 1970. Depois colega jornalista, companheira de ideologia política, parceira no sindicalismo e de projeto partidário. Acompanhei de perto suas perdas e sua resiliência canalizada para o cuidado com o neto. Nazaré nunca deixou de expressar seus cuidados com seus amigos, companheiros e colegas. Mais uma vez estou triste pela perda desta amiga que se foi de surpresa e cedo demais”, escreveu Celso Augusto Schröder nas redes sociais.
“☑ Triste notícia para o jornalismo neste entardecer. A jornalista Nazaré de Almeida, 75 anos, faleceu durante a tarde após se submeter a uma cirurgia. Os colegas jornalistas e militantes da esquerda que a conheciam estão sendo chamados a colaborar neste momento. Ela só tem uma nora em Porto Alegre, que já está providenciando nos trâmites legais. Segundo a filha Djada Wider, que mora em Brasília, sua mãe foi internada há três dias por conta de uma hérnia umbilical que ela tinha. “Ontem, o médico me ligou dizendo que precisava fazer uma cirurgia de urgência que era de alto risco, pois os órgãos estavam muito danificados. Não tinha escolha , mas precisava tentar desobstruir alguma coisa”, explica a filha, que hoje teve a informação de que ela não resistiu e faleceu. Nazaré teve outros dois filhos, já falecidos, quatro netos e dois bisnetos. A jornalista atuou em todos os veículos impressos de Porto Alegre e em assessoria de imprensa de governos do PT. Foi militante sindical ativa, sendo diretora do Sindicato dos Jornalistas do RS (Sindijors) em várias gestões. Lamentamos sua partida e desejamos força para os familiares neste momento. 😔”, foi a manifestação de Jorge Corrêa.
Texto: Laura Santos Rocha / Diretoria SindJoRS