13/11/2025 – Belém – Ativistas durante a marcha “Porongaço” dos Povos da Floresta. O nome “Porongaço” vem da poronga, a lamparina usada pelos seringueiros nas noites de trabalho na mata. Foto Drone de Alex Ferro/COP30
A cobertura da COP 30 deve ter pelo menos quatro tipos de pauta. A primeira é acompanhar as negociações diplomáticas explicando o impacto na vida do cidadão de cada vírgula ou palavra em disputa antes e depois da chegada dos chefes de estado. Em segundo lugar, é preciso cobrir de pauta a atuação das principais organizações ambientalistas, em especial o Observatório do Clima. Acho também muito relevante comparar o discurso do governo brasileiro com a prática do atual governo, pois todos sabemos que a questão ambiental não é consenso entre os ministérios.
Por último, acho muito relevante nas coberturas regionais, no nosso caso o Rio Grande do Sul, acompanhar de perto o que será dito pela delegação de Porto Alegre e do Governo do Estado, e comparar com a prática da governança climática local. Eu vou orientar uma cobertura à distância da conferência no meu projeto de extensão universitária buscando traduzir os debates em Belém para a realidade das periferias da capital gaúcha. A inundação histórica de 2024 ainda está presente na nossa memória, nos nossos sonhos e pesadelos, então acho fundamental conectar o debate mundial em busca de soluções possíveis com a realidade das populações mais vulneráveis.

Roberto Villar Belmonte (acima) é professor de jornalismo no Centro Universitário Ritter dos Reis em Porto Alegre. Foto: Eric Pedott