Está publicada a nova edição do Versão dos Jornalistas. Confira a seguir o editorial que apresenta a publicação de Julho, Agosto e Setembro de 2024 e boa leitura.

 

UNIR, REUNIR e AQUILOMBAR

 

Se de um lado o desmonte da classe trabalhadora é permanente, o nosso é de transformação e resistência

 

Estamos vivendo tempos estranhos – e não é de hoje! Na área política, o movimento sindical passou por um processo de reorganização a partir da reforma trabalhista brasileira de 2017, quando o modelo neoliberal impôs políticas de descentralização de negociação. Pouco tempo depois, com a pandemia do coronavírus, a sociedade precisou (de novo) se reorganizar para viver e, para muitos, sobreviver. Sob os recortes geopolítico e econômico, nós, jornalistas, buscamos nos adequar e reinventar o modo de vida, quando a pouco, nos últimos meses, os eventos climáticos extremos se repetiram sobre o Rio Grande do Sul.

 

O modelo neoliberal vigente “não nos preparou” para essas e outras situações críticas que repercutem com resultados perversos nas comunidades em que estamos inseridos.

 

Esta edição do Jornal Versão exemplifica, em várias áreas, o que a sociedade gaúcha tem experimentado, desde o final de abril, com as enchentes que incidiram sobre o Estado. Também temos uma coluna nova cujo tema versa sobre o mundo do trabalho; uma reportagem sobre racismo ambiental, outra sobre as eleições na Europa; matérias sobre tecnologia, meio ambiente, imprensa e democracia; uma retrospectiva sobre o podcast A Palavra é Tua; a coluna do estudante, entre outras notícias produzidas de jornalistas para jornalistas e sociedade.

 

Nessa pluralidade de informações, o SindJoRS alerta sobre o quanto esse novo tempo tem exigido da nossa categoria. Somos a classe de trabalhadoras e trabalhadores da notícia que – ao mesmo tempo em que estamos vítimas das condições climáticas e de gestões sociopolíticas falhas – seguimos atuantes na missão de informar; de ser a ponte entre pessoas e organizações; e de denunciar ou desmantelar estruturas, canais e até instituições que promovem a desinformação, compartilhando “fake news”. O “agora” tem nos imposto um sistema de trabalho mais árduo e que impacta diretamente na saúde física, mental e econômica de cada um de nós. Esses reflexos estão presentes não somente na nossa jornada de trabalho, mas em nossos momentos de lazer, de presença familiar e convívio social. E nós, do Sindicato, estamos atentos e atuantes contra essas consequências que abalam a saúde e bem-estar de cada um.

 

Na assembleia geral da categoria, no dia 24 de agosto, vimos a necessidade de ampliar nossos serviços e ofertas na assistência jurídica, médica e humanitária. A campanha sindical Jornalista Salva Jornalista tem sido uma forma eficaz e eficiente de acolher colegas, que ainda fragilizados, seguem na linha de frente da construção de produtos noticiosos de qualidade na mídia gaúcha – veja os resultados parciais da campanha: AQUI. Não cansamos de reconhecer esse gesto revolucionário, participativo e de espírito coletivo que recebemos.

 

Outro aspecto relevante que apontamos diz respeito à representatividade. Para avançar no movimento de luta com ganhos efetivos para nossa categoria, precisamos resgatar o poder sindical. Nossas lutas se valem da energia, interação e contribuição da coletividade para alcançar melhorias e condições dignas de trabalho. Principalmente agora, em que estamos em assembleia permanente pela campanha salarial 2024/25. É urgente a aglutinação, o aquilombamento, a união e reunião das/dos jornalistas. Os novos tempos pedem isso!

 

Você deve lembrar que uma das principais modificações impostas pela reforma trabalhista foi o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. Esta medida resultou na drástica redução de recursos para o SindJoRS, comprometendo nossa capacidade de mobilização e negociação em prol da categoria. Com menos recursos, o enfraquecimento das instituições sindicais reduziu a capacidade de atuação, minimizando a força para negociar em pé de igualdade com as empresas.

 

Com tantas ameaças externas à nossa profissão, tem sido um dever de todos manter a fortaleza da organização. Vimos a importância da instituição sindical durante e após as catástrofes do clima e sanitária; a capacidade de amplitude na atuação do SindJoRS nessas situações. É uma satisfação podermos ser esse apoio quando necessário. Agora é a hora de você, nosso colega, se comprometer com a nossa classe e voltar à luta.

 

A representatividade coletiva pelos nossos interesses não pode voltar às mãos dos patrões. Participe das assembleias, mantenha a cota de solidariedade, associe-se e sustente as mensalidades em dia junto à entidade. Esteja atualizado quanto à prestação de contas do Sindicato. Queremos você unido, reunido, aquilombado conosco. Pois, se de um lado o desmonte da classe trabalhadora é permanente, o nosso é de transformação e resistência. Venha, que essa luta é nossa!

 

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