O aumento da violência contra jornalistas, no estado do Rio Grande do Sul, preocupa a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), o Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Porto Alegre (STIGPOA), a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado (ARFOC/RS) e a Associação Riograndense de Imprensa (ARI). O fato aconteceu na tarde desta segunda-feira, dia 26/08, na avenida Azenha, uma região movimentada de comércio, em Porto Alegre/RS, na cobertura de uma pauta, no final da tarde, sobre a falta de energia na região.
O jornalista Daniel Marimon Boucinha, da Revista Foco POA – @revistafocopoa, identificado com seu crachá de imprensa e após apresentação sobre sua intenção de registrar os fatos, começou a pegar depoimentos em um prédio e, também, captar imagens com seu aparelho celular quando percebeu uma certa hostilidade das pessoas que estavam no local.
Os técnicos que lá realizavam os reparos da energia elétrica não quiseram gravar entrevistas e uma moça pediu para não aparecer nas imagens. Como o jornalista trabalha sozinho, e percebendo que estava em risco eminente, o comunicador avisou que não pretendia usar os registros realizados e começou a se retirar da cena. Foi quando pediu apoio da Brigada Militar (BM) e chamou um carro de aplicativo para poder sair o mais rápido dessa situação de conflito. Segundo Daniel, foi nesse momento que começou a confusão. A moça teria tentando arrancar a mochila dele para pegar o celular, passou a agredir o jornalista com tapas e, em meio a confusão, técnicos da CEEEE Equatorial e algumas pessoas que passavam no local começaram a agredir ele achando que o profissional é que era o criminoso. Daniel afirma que não entendia porque estava apanhando e algumas pessoas batiam nele como se ele tivesse agredido a mulher em questão, invertendo a situação.
Ainda, segundo o jornalista, o desfecho só não foi pior porque um delegado que passava pelo local conteve os agressores e que, quando a BM chegou na área, apenas a mulher e menos da metade dos agressores permaneciam para prestar depoimento. Daniel foi atendido pelos policiais e encaminhado ao HPS, onde precisou fazer várias radiografias para verificar a gravidade das lesões. Também foi medicado, fez corpo de delito, um boletim de ocorrência e, posteriormente, liberado.
Nada justifica a violência nem a hostilidade diante de um profissional no exercício da sua profissão. A Fenaj, o SindJoRS, o Sindicato dos Radialistas, o STIGPOA, a ARFOC e a ARI se solidarizam com o colega Daniel Boucinha, da @revistafocopoa. As entidades sindicais e associativas estão preocupadas com a crescente onda de agressão contra a nossa categoria ainda mais em um ano eleitoral como esse que estamos vivenciando. Precisamos estimular o jornalismo diverso, plural, ético e não podemos banalizar esse tipo de prática. Será o mesmo que incentivar esse tipo de atitude e passar o recado de que, com violência, podemos resolver questões importantes de nossa sociedade. Uma imprensa livre e responsável é ponto chave para o fortalecimento de nossa democracia. E em um ambiente saudável o diálogo é, e sempre será, a melhor forma de solucionar conflitos.
Texto: Viviane Finkielsztejn/Diretoria SindJoRS