O repórter fotográfico e tecnólogo em Meio Ambiente, formado pela Escola Técnica SENAI, jornalista Alfonso Abraham (71 anos), morreu na noite dessa terça (04), depois de lutar contra um câncer e deixando um respeitado legado para o fotojornalismo do Estado. Nascido em Barcelona, na Espanha, tinha nacionalidade brasileira. O fotojornalista seguiu os passos do pai, José Abraham, também fotógrafo, ambos conhecidos como “Espanhol”.
Alfonso iniciou a carreira em 1969, na RBS, como auxiliar de laboratório fotográfico, no jornal Zero Hora. Depois, foi repórter fotográfico do jornal Folha da Manhã, fundador da Diafragma, em 1973, a primeira Agência Fotográfica do Estado. Trabalhou, também, como correspondente na Espanha, foi chefe do departamento de fotografia no Palácio Piratini e na Assembleia Legislativa do RS e dirigiu a Agência ALD, onde desenvolveu inúmeros projetos culturais. Espanhol também estudava Letras (Português/Literatura), na PUCRS.
Alfonso Abraham ganhou cerca de dez prêmios de jornalismo, editou livros e se considerava um defensor do meio ambiente e da sustentabilidade, tanto que, como idealista dos trens – por ser um meio de transporte mais sustentável – apresentou, na sala Iberê Camargo do Museu de Arte de Santa Maria/RS, em 2014, a exposição “O Rio Grande na Era dos Trens”, retratando os últimos dias de funcionamento dos trens, no Estado, e a desativação das locomotivas movidas a carvão, as chamadas Maria Fumaça. Também expôs seu trabalho fotográfico sobre a Mata Atlântica e Lagoa dos Peixes, além de outros temas, em, pelo menos, 26 exposições. Espanhol mantinha um Blog – Fotógrafo Alfonso Abraham e se dedicava a mostrar as belezas urbanas de Porto Alegre. Sensível, também se considerava um “um poeta inveterado”.
O jornalista deixa o filho Pablo Abraham. O velório acontece até às 16 horas, Cemitério João XXIII, em Porto Alegre. O Sindjors manifesta seu pesar e se coloca ao lado dos amigos e familiares, nesse momento de profunda tristeza.
Texto: Carla Seabra/ Diretoria Sindjors