Natural de Bagé e torcedor do Guarany F.C., como ele próprio fazia questão de registrar, o jornalista Plínio Nunes, revisor no jornal Correio do Povo, tinha 66 anos e lutava contra um câncer. Há cerca de uma semana, foi internado na Santa Casa de Misericórdia, com infecção urinária. Hoje à tarde, ele sofreu um AVC isquêmico e não resistiu.
Além do Correio do Povo, Plínio trabalhou na Zero Hora e no Diário Gaúcho. Era coautor do livro Anedotário do Rádio Gaúcho – 90 Anos de História. No início dos anos 1980, fundou e editou o “Microfone, o Jornal do Rádio”. Não perdia uma boa piada e era mestre nos trocadilhos. Jornalista inquieto, ele contava histórias no Blog Vida Curiosa e era ativo nas redes sociais. Fã do cantor (já falecido) Belchior, escreveu em novembro do ano passado: “ouvir Belchior é a melhor pedida para qualquer momento da vida. E a cada música, pelo menos uma frase de efeito surge. A do momento é: ‘estou mais angustiado do que o goleiro na hora do gol’ Isso me leva à lembrança da situação atual do país e da vida na Terra. Belchior é gênio, mas me permito divagar sobre essa frase. Passando pra minha situação atual, digo que estou preocupado, mas otimista como certos goleiros na hora do pênalti. O otimismo provém dos tantos pênaltis que já defendi na minha vida, de tantos que esbarraram na trave, de tantos chutados para fora. E, se sofrer o gol, que não seja definitivo para minha derrota final. Que os apoios que o goleiro recebe e a pressão e as vaias para o chutador o levem a se perturbar e a chutar para fora, na trave ou no ponto da goleira em que eu estiver. Oremos, cada um com sua crença ou o pensamento positivo de quem não tem religião”. Plínio partiu, mas está na história no jornalismo gaúcho.
O Sindjors lamenta a morte do colega, que deixa esposa, quatro filhos e cinco netos.
Texto: Carla Seabra/Diretoria Executiva Sindjors