O painel sobre o Combate às Fake News, que acontecerá na terça-feira, dia 4 de junho, às 18h30, no auditório da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, reunirá três jornalistas, um ativista digital e um subprocurador geral da República. A realização do evento é do Comitê Gaúcho do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).
Os profissionais discorrerão sobre o tema, oferecendo ao público formas de combater e enfrentar a desinformação que a cada dia ganha proporções nefastas e prejudiciais nos mais variados segmentos da sociedade.
O evento, que já conta com o apoio da Fabico, Unisinos, do Movimento 3D – Democracia, Diálogo e Diversidade, Associação de Juristas pela Democracia (AJURD), do Comitê em Defesa da Democracia do Estado Democrático de Direito, das entidades que integram o Comitê Gaúcho do FNDC, tem como público alvo estudantes de comunicação e comunicadores, movimentos sociais e entidades sindicais.
A AJURD está engajada no esforço de compreender e combater as fake news. Para o advogado Mario Madureira, integrante da direção da AJURD, muito mais que simples mentiras contadas em âmbito restrito, trata-se de um processo científico, industrial, baseado em alta tecnologia, extremamente caro, encomendado por grandes interesses econômicos e políticos. O objetivo é a produção e propagação de notícias, imagens e fatos inverídicos.
“O potencial da desinformação massiva vai além da mera difamação de pessoas e instituições. Quer semear preconceito, medo, ressentimento, ódio e outros sentimentos primitivos. Iludir, confundir, manipular e interditar o discernimento das pessoas alvo”, diz Madureira.
“O uso maciço e orquestrado de redes sociais para difusão de desinformações, intolerância e preconceitos dominou o processo eleitoral do país, deturpando a vontade popular, de tal forma e magnitude que o Brasil se viu diante de um presidente de extrema direita, que continua propagando fake news como forma de governo e manipulação da população”, afirma o engenheiro Vinicius Galeazzi, integrante do Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito.
Já o cientista político Benedito Tadeu Cesar observa que neste momento em que o populismo de extrema direita, a pós-verdade e as fake news se expandem por todo o mundo, manipulando o resultado de eleições e a formação de governos, é crucial e urgente que a sociedade civil crie instrumentos para combatê-los e para restaurar os princípios democráticos e civilizatórios. “O painel Combate às Fake News é um ótimo começo”, garante Tadeu, que também integra a coordenação do M3D.
Quem são os painelistas
Moisés Mendes foi editor de Economia, editor especial e colunista do jornal Zero Hora, onde atuou de 1988 a 2016. É autor do livro de crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim). Nos anos 80, trabalhou como repórter e editor em jornais do Alegrete, Livramento, São Borja, Bento Gonçalves e Ijuí. Foi correspondente da Companhia Caldas Júnior em Ijuí de 1978 a 1983. Atualmente, escreve no blogdomoisesmendes.com.br e no jornal Extra Classe online.
Domingos Sávio da Silveira é subprocurador-geral da República. Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem mestrado pela mesma instituição e doutorando em Direitos Humanos na Universidade de Zaragoza, Espanha. Também é professor da Faculdade de Direito da UFRGS desde 1994. Ingressou no MPF em 1989, onde atua em temas de direitos humanos e tutela coletiva.
Marcelo Träsel é formado em jornalismo e mestre em Comunicação e Informação pela UFRGS, onde também atua como professor. Tem doutorado em Comunicação Social pela PUCRS. Atua nas áreas de ciberjornalismo, jornalismo participativo, jornalismo guiado por dados, redes sociais e cibercultura.
Taís Seibt é jornalista e mestre em comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutora em Comunicação pela UFRGS, com pesquisa sobre a prática de fact-checking no Brasil. Desde 2004 no ramo da comunicação, passou por assessorias de imprensa e redações no Rio Grande do Sul, incluindo o jornal Zero Hora. Também atuou como freelancer no O Estado de S. Paulo, O Globo, Canal Rural, BBC Brasil, The Intercept e Agência Pública. Foi uma das fundadoras do Filtro Fact-checking, que realizou checagens no RS para o Truco nos Estados, da Agência Pública, durante as eleições 2018 e venceu o Prêmio ARI de Jornalismo como “melhor contribuição à imprensa” no mesmo ano. Atua como freelancer, professora da Unisinos e lidera a iniciativa Afonte Jornalismo de Dados.
Lucio Uberdan é acadêmico de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, trabalha há mais de 10 anos com comunicação política em ambiente de internet e participou da comunicação digital de campanhas políticas e de administrações do país e do Estado. É diretor da Bateia – Mineração de Dados e presta consultoria sobre posicionamento político em ambiente de internet para prefeituras, entidades sindicais, organizações não-governamentais e mandatos parlamentares.
Fonte: SINDJORS