Belém PA – 12.11.2025 – COP30 Belém Amazônia (DAY 03) – Narratives and Storytelling to Face the Climate Crisis. Foto: Rafa Neddermeyer/COP30 Brasil Amazônia/PR
COPs de clima se tornaram eventos gigantes. O principal esforço é manter o foco, cobrir uma zona de interesse e atentar que todo mundo ali faz lobby, verde ou não. A COP30 promete ser um bombardeio de boas intenções – e outras nem tanto – e o difícil é separar umas de outras. A COP em Belém tem vários campos e nenhuma agenda forte, até o momento. Para quem cobre empresas, a agenda de ação pode ser fonte de pautas; movimentos socioambientais terão bons debates na Cúpula dos Povos; o movimento indígena estará com eventos diários na Aldeia Indígena. Cientistas lançarão novos estudos. Entre a primeira e a segunda semana, uma grande passeata deve agitar as ruas da capital paraense. Há a pauta geopolítica, em um mundo conturbado – como se comportarão as grandes potências e os grandes emissores?
O governo brasileiro deve estar presente com vários ministros, agendas diversas e muitas contradições. O resultado da negociação, nos dias finais, é ainda um mistério – assim como no início do evento. Países mais vulneráveis conseguirão colocar suas urgências?
COPs são um caleidoscópio de demandas da sociedade global e um jogo de interesses dos governos. A edição no Brasil manterá o multilateralismo aceso? Há muitas questões em aberto. Não há resposta mágica à crise do clima, o segredo está, talvez, na diversidade de conhecimentos – desde que se cortem emissões e se adaptem as sociedades aos impactos climáticos. Mitigação, adaptação e financiamento são temas sempre centrais.

Daniela Chiaretti (acima) é repórter especial do Valor Econômico e cobriu 23 COPs de clima, biodiversidade e desertificação