Há exatos 50 anos, em 15 de novembro de 1975, começou a circular em Porto Alegre uma publicação com nome considerado estranho, Coojornal, que acabaria se tornando, em menos de cinco anos, em uma das mais importantes publicações a circular durante o período da ditadura. Para assinalar a data, um painel será realizado na próxima quinta-feira (13), na Assembleia Legislativa, com a participação de alguns de seus fundadores e editores.

 

O painel que vai lembrar esta história terá a participação dos jornalistas Ayrton Centeno, Elmar Bones, Jorge Polydoro, José Antonio Vieira da Cunha e Rafael Guimaraens. Será às 18h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, que é uma das apoiadoras da iniciativa juntamente com a Associação Riograndense de Imprensa (ARI), Editora Libretos, Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS). A entrada é franca.

 

Criado pela Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre, fundada em agosto de 1974 e foi a primeira do gênero no país, o Coojornal era inicialmente um boletim destinado a informar os associados da entidade. Em pouco menos de um ano de circulação ganhou credibilidade e alcançou sucesso a ponto de seus editores decidirem levá-lo para as bancas e abrir assinaturas para o público interessado.

 

Naquela época, em plena ditadura, o jornal gaúcho foi considerado um dos cinco principais veículos da imprensa alternativa no Brasil. Editado durante oito anos, tornou-se referência para profissionais e estudantes de Jornalismo e obteve reconhecimento nacional. No livro Jornalistas e Revolucionários, o jornalista e escritor Bernardo Kucinski o destacou como um dos cinco jornais mais importantes da chamada imprensa alternativa brasileira, ao lado dr o Movimento, Opinião e Versus e do semanário O Pasquim, que também circulavam mensalmente.

 

Texto: José Antonio Vieira da Cunha